Gêmeos mais prematuros do mundo sobrevivem após pais clamarem a Deus

Após médicos dizerem que os bebês teriam 0% de sobrevivência, eles reagiram superando as expectativas.

Fonte: Guiame, com informações do Guinness World RecordsAtualizado: segunda-feira, 13 de março de 2023 às 16:50
Os gêmeos mais prematuros do mundo. (Foto: Reprodução/Guinness World Records)
Os gêmeos mais prematuros do mundo. (Foto: Reprodução/Guinness World Records)

Shakina Rajendram, uma mãe de Ontário, Canadá, entrou em trabalho de parto quatro meses antes do que é considerado pela medicina como uma gravidez saudável. Os médicos afirmaram que nada poderia ser feito para salvar a vida dos gêmeos mais prematuros do mundo, que esse ano, comemoram seu primeiro aniversário.

Adiah Laelynn e Adrial Luka Nadarajah nasceram 126 dias antes do previsto, em 4 de março de 2022, quebrando o recorde anterior de 125 dias estabelecido pelos gêmeos Keeley e Kambry Ewoldt nos EUA, em 24 de novembro de 2018.

“Seus bebês não são viáveis, eles tem 0% de chance de sobrevivência”, disseram os médicos, pois a maioria dos hospitais não tenta salvar bebês nascidos antes de 24 a 26 semanas.

"Mesmo naquele momento, enquanto ouvia aquelas palavras saindo da boca do médico, eu ainda podia sentir os bebês muito vivos dentro de mim. E então, para mim, eu simplesmente não conseguia compreender como não poderiam ser viáveis", lembrou a mãe.

Segundo o site oficial do Guinness World Records, os gêmeos nasceram com uma idade gestacional de 22 semanas. Se eles tivessem nascido uma hora antes, nenhuma tentativa teria sido feita para salvar suas vidas.

“Quando entrei em trabalho de parto, foram negadas aos bebês todas as medidas de suporte à vida no hospital em que fui internada e quase deixados para morrer”, disse Shakina.

Infelizmente Shakina perdeu sua primeira gravidez apenas alguns meses antes, no mesmo hospital.

“Nenhuma palavra poderia capturar o trauma emocional, mental e físico que experimentamos nos momentos que aconteceram”, contou a mãe.

Kevin Nadarajah, pai dos gêmeos, lembra de ter ficado acordado à noite com “o rosto cheio de lágrimas”, orando por um sinal de esperança.


Os gêmeos nasceram menores que a palma das mãos de seus pais. (Foto: Reprodução/Guinness World Records) 

Provisão divina

No dia seguinte, Shakina foi transferida para o Mount Sinai Hospital, em Toronto, especializado em ressuscitar bebês de 22 semanas.

Embora ela estivesse em uma UTI neonatal especializada, a situação ainda era de risco.

“Fomos informados de que seria uma 'sentença de morte' para eles e que eles teriam muitas deficiências, mas insistimos que os bebês tivessem a chance de viver”, afirmou Shakina.

Shakina sangrou muito durante o dia, mas fez o possível para "segurar os bebês”. No entanto, sua bolsa estourou e ela achou que os bebês iriam morrer por sua culpa. 

Porém, dentro de uma hora e meia, com idade gestacional de 22 semanas e 0 dias, os gêmeos nasceram, mas era o início de um longo processo.

Complicações pós parto

Adiah e Adrial permaneceram sob os cuidados do hospital por quase seis meses, enfrentando complicações com sangramento cerebral, sepse e controle de fluidos. Ambos os bebês tinham pele extremamente fina e transparente.

Na segunda semana após o nascimento, Adrial desenvolveu repentinamente uma perfuração intestinal, que levou a uma infecção da corrente sanguínea e inflamação significativa em todo o corpo. Sua pele frágil sofria extensa descamação cada vez que o cateter precisava ser reparado.


Os bebês no colo da mãe pela primeira vez. (Foto: Reprodução/Guinness World Records) 

“Vimos os bebês quase morrerem diante de nossos olhos muitas vezes”, disse Shakina.

Enquanto os médicos se concentravam em possíveis riscos e resultados futuros, Shakina e Kevin optaram por se concentrar no progresso de seus bebês e fortaleceram sua fé, determinados a ver a cura dos bebês.

"A força que Kevin e eu tínhamos como pais, tínhamos que acreditar que nossos bebês tinham a mesma força, que eles tinham a mesma resiliência. E então sim, eles teriam que passar pela dor, e vão continuar indo por momentos difíceis, mesmo em sua vida adulta, não apenas como bebês prematuros. Mas acreditávamos que eles teriam uma determinação mais forte, uma resiliência que os capacitaria a superar aqueles momentos dolorosos na UTIN", afirmou a mãe 

Após passarem 12 horas por dia ao lado dos filhos, na UTI durante 161 dias, Adiah recebeu alta e uma semana depois Adrial também foi liberado.

“Finalmente conseguimos trazê-los para casa sem tubos de respiração ou alimentação”, contaram os pais.

Desenvolvimento e cura

De acordo com Shakina, desde que recebeu alta, Adiah vem crescendo “muito bem” e atingindo todos os marcos para sua idade corrigida.

“Ela é um bebê extremamente feliz e sociável, e sorri o dia todo. Ela é muito tagarela e tem 'conversas' conosco e seus brinquedos por horas”, revelou Shakina. 

Adrial foi internado de volta ao hospital duas vezes desde que recebeu alta, passando várias semanas lutando contra infecções e problemas respiratórios. Após retornar de sua última internação, precisou de suporte domiciliar de oxigênio, mas agora está “progredindo bem”.


Família em casa com os gêmeos recuperados. (Foto: Reprodução/Guinness World Records)

A fé no poder de Deus

Shakina e Kevin são cristãos devotos e acreditam que o poder da oração de amigos, familiares e até de estranhos em todo o mundo ajudou a salvar a vida dos gêmeos.

“Os bebês estavam à beira da morte muitas vezes e, enquanto as pessoas oravam, as coisas mudavam milagrosamente”, explicou Shakina.

"Eles são definitivamente milagres", declarou o pai.

Tanto Adiah quanto Adrial continuam sendo monitorados por uma longa lista de médicos especializados, mas em geral, estão “muito bem” e superando as expectativas.

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