Governo Biden retira Nigéria da lista de violadores da liberdade religiosa

Enquanto milhares de cristãos são mortos na Nigéria, o governo americano retirou o país de sua lista de violação da liberdade religiosa.

Fonte: Guiame, com informações da Reuters e Fox NewsAtualizado: quinta-feira, 25 de novembro de 2021 às 12:55
Antony Blinken ao lado de Joe Biden na Cúpula do G20 em Roma. (Foto: Departamento de Estado/Ron Przysucha)
Antony Blinken ao lado de Joe Biden na Cúpula do G20 em Roma. (Foto: Departamento de Estado/Ron Przysucha)

O Departamento de Estado dos EUA retirou a Nigéria de sua lista de países de preocupação quanto à liberdade religiosa na quarta-feira passada (17), apenas um dia antes da chegada do secretário de Estado, Antony Blinken, ao país em seu tour pela África.

Em seu anúncio dos países da lista, Blinken nomeou Mianmar, China, Eritreia, Irã, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Tadjiquistão e Turcomenistão como países de particular preocupação. Ele também colocou Argélia, Comores, Cuba e Nicarágua em uma lista de vigilância e designou grupos armados, como o Estado Islâmico e seus afiliados, como entidades preocupantes.

Mas a Nigéria, que foi adicionada à lista pela primeira vez em 2020, não foi redesignada.

A omissão atraiu uma forte repreensão da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), que condenou o governo Biden por remover a Nigéria da lista.

De acordo com a presidente da USCIRF, Nadine Maenza, a comissão ficou "chocada" com o ato de omissão. “A USCIRF está desapontada com o fato do Departamento de Estado não ter adotado nossas recomendações”, disse ela em nota.

USCIRF lamentou não apenas a omissão da Nigéria, mas também de países como a Índia, Síria e Vietnã, que costumam registrar violações à liberdade religiosa.

Nigéria e a violência aos cristãos

O grupo International Christian Concern (ICC) identificou a Nigéria como um dos “Perseguidores do Ano” em 2021 em um relatório recente. O presidente da ICC, Jeff King, disse que está “preocupado” com a omissão da Nigéria na lista dos EUA.

“O governo nigeriano não fez quase nada para parar a violência contra os cristãos nigerianos, levando à contínua perseguição violenta”, disse King em nota. 

Os sentimentos de King foram ecoados pelo CEO do Portas Abertas dos EUA, David Curry, que ficou “profundamente alarmado" com a decisão do Departamento de Estado americano.

“Este não é apenas um erro, é uma violação direta da Lei de Liberdade Religiosa Internacional, a lei que exige que essas designações sejam feitas em primeiro lugar”, disse Curry, lembrando que a Portas Abertas tem documentado milhares de assassinatos de cristãos na Nigéria por mais de uma década.

“Em nenhum outro país do mundo vemos um nível tão sustentado de violência direta contra uma comunidade cristã, e a situação só piorou nos últimos 12 meses”, alertou Curry. “O governo nigeriano tem se recusado a lidar com essa violência. A remoção da Nigéria desta lista vai encorajar os maus atores e deter os esforços para trazer a paz à região.”

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