Guerra no Mar Vermelho: Líder Houthi promete ‘surpresas’ para navios dos EUA e Israel

Terroristas afirmaram que vão continuar com ataques no mar, alegando “ajuda aos irmãos em Gaza”.

Fonte: Guiame, com informações de Jerusalem Post e Media LineAtualizado: terça-feira, 12 de março de 2024 às 15:27
Houthis continuam atacando navios no mar Vermelho. (Captura de tela: YouTube/Record News)
Houthis continuam atacando navios no mar Vermelho. (Captura de tela: YouTube/Record News)

O líder Houthi, Abdul-Malik al-Houthi, anunciou na quinta-feira (7) que o grupo já realizou 96 ataques com mísseis e drones nos últimos cinco meses, visando 61 navios no Mar Vermelho e no Golfo Pérsico, conforme o The Jerusalem Post. 

Ele disse que o grupo tem “mais surpresas” reservadas que levarão os EUA, Israel e outras potências ocidentais a atender às exigências dos Houthis — grupo terrorista que lidera o movimento político que controla a maior parte do Iêmen. 

“Acreditamos firmemente na nossa liderança e nas suas decisões, o que nos motiva a continuar estas operações em apoio aos nossos irmãos em Gaza”, disse Abdul Sattar Al-Nehmi, outro líder.

Qual o objetivo dos Houthis?

Embora os Houthis afirmem que os seus ataques visam forçar Israel a parar com a guerra em Gaza, muitos especialistas acreditam que “o verdadeiro objetivo do grupo é fazer uma demonstração de força para se tornar um ator mais significativo na região”.

O professor de Sociologia da Universidade de Sana'a, Ahlam Al-Qadi, no Egito, disse ao The Media Line, que os Houthis usam as suas operações militares como “alavanca nas negociações de paz com a Arábia Saudita”.

O sociólogo também observou que o estilo dos Houthis se baseia em ser uma força que apoia a causa palestina e que se opõe a Israel e aos EUA, o que alcançaria o apoio popular ao movimento.

Os atuais ataques colaboraram para o crescimento do estatuto do grupo, tanto a nível regional como no próprio Iêmen, e é provável, segundo Al-Qadi, que os Houthis continuem realizando ataques semelhantes.


Ataque dos Houthis prejudicam a segurança marítima no mar Vermelho. (Captura de tela: YouTube/CNN Brasil)

Ataques após o massacre de 7 de outubro

Depois do início da guerra entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado, os Houthis lançaram uma série de mísseis e drones contra cidades israelitas. Em novembro, os terroristas começaram a sequestrar e a atacar navios comerciais que alegavam ter ligações com entidades e indivíduos israelitas.

Em meados de fevereiro, os Houthis atacaram o navio de carga Rubymar, no estreito de Bab-el-Mandeb, afundando o navio e fazendo-o descarregar no mar as 41 mil toneladas de fertilizantes perigosos que transportava.

O Comando Central dos EUA classificou o evento como um “desastre ambiental”. Separadamente, um ataque com mísseis Houthi ao navio de carga True Confidence, na semana passada, matou três marinheiros — foram as primeiras mortes de civis desde que os Houthis começaram a atacar. Alguns ficaram feridos e, posteriormente, o navio de carga foi afundado. 

Al-Nehmi disse que os ataques à True Confidence e Rubymar foram resultado da insistência dos marinheiros em desafiar os Houthis e seguir em direção aos portos israelenses. 

Escalada da guerra

Enquanto a guerra contra o Hamas continua, os Houthis seguem com seus ataques contínuos, prejudicando assim a dinâmica da segurança marítima na região.

Conforme a The Media Line, que entrevistou Abdul Sattar Al-Nehmi, por telefone, “as operações dos Houthis continuarão até que o grupo alcance o que quer das potências globais, incluindo EUA e Reino Unido”.

Os Houthis exigem a interrupção das operações militares israelitas na Faixa de Gaza e querem mais ajuda humanitária.

A The Media Line informou também que devido ao “generoso apoio iraniano” os Houthis estão cada vez mais ousados em suas operações militares. Inicialmente, eles visavam apenas os navios, causando danos parciais, mas chegaram ao ponto de afundá-los e matar suas tripulações.

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