Igreja Católica pede pelo fim da pena de morte nos EUA: "A prática é abominável e desnecessária"

Quatro veículos de comunicação católicos dos Estados Unidos juntaram-se para pedir ao governo do país que proíba a pena de morte.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 6 de março de 2015 às 15:53
Atualmente, a aplicação de uma injeção letal é a forma usada para execução da pena de morte nos Estados Unidos.
Atualmente, a aplicação de uma injeção letal é a forma usada para execução da pena de morte nos Estados Unidos.

Quatro publicações da igreja católica nos Estados Unidos emitiram um comunicado conjunto, pedindo pelo fim da pena de morte no país, e pediram a "todas as pessoas de fé" que se juntassem a eles nesta causa.

"Nós, os editores de quatro revistas católicas - 'America', 'National Catholic Register', 'National Catholic Reporter' e 'Our Sunday Visitor' - exortamos os leitores de nossas diversas publicações, toda a comunidade católica dos EUA e todas as pessoas de fé a estarem com a gente e dizer: 'A pena capital deve acabar", propõe o comunicado.

"A prática é abominável e desnecessária", acrescentou o texto. "Também é insanamente cara à medida que batalhas judiciais absorvem melhor os recursos mobilizados na prevenção da criminalidade, em primeiro lugar e trabalham em direção à justiça restaurativa para aqueles que cometem crimes menos hediondos".

Os editores apontam que, em abril, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ouvirá argumentos no caso "Glossip X Gross", o que poderia estabelecer morte por injeção letal - o método de execução mais comum nos Estados Unidos - como sendo uma punição cruel e incomum.

Com a espectativa de que o Tribunal venha a emitir uma decisão em junho, os editores católicos compartilham que sua esperança é que "o fim da pena de morte nos Estados Unidos esteja próximo".

A Igreja Católica tem mantido por muito tempo a sua oposição à pena de morte - que é legalizada em 32 estados norte-americanos.

O arcebispo Thomas Wenski, de Miami, e presidente do Comitê dos bispos dos EUA sobre Justiça e Desenvolvimento Humano disse: "... o uso da pena de morte desvaloriza a vida humana e diminui o respeito pela dignidade humana. Nós, bispos continuamos a dizer que não podemos ensinar matar é errado, matando".

O arcebispo Charles Chaput acrescentou: "Afastar a pena capital não diminui o nosso apoio às famílias das vítimas de assassinatos... Mas matar o culpado não vem a honrar os mortos, nem enobrecer a vida. Quando tiramos a vida de uma pessoa como culpada, só aumentamos a violência em uma cultura já violenta e rebaixamos a nossa própria dignidade no processo".

O editorial elogiou os comentários de Chaput, e disse que os prisioneiros que cometeram crimes vão responder diante de Deus. Ele ressalta, porém, que, ao apoiar a pena de morte, as pessoas vão aumentar a violência ao invés de cura-la.

O editorial também destacou algumas das execuções de alto perfil na América durante todo o ano de 2014, que eram complicadas devido ao processo de injeção letal, às vezes causando intenso sofrimento para os condenados à morte.

De acordo com uma pesquisa da revista internacional Gallup, feita por volta de outubro de 2014, a maioria dos norte-americanos continuam a apoiar a pena de morte. 63% dos entrevistados eram a favor da pena de morte para alguém condenado por assassinato, enquanto 33% disseram que eles não são a favor. 4% não conseguiu apresentar um parecer.

Uma Pesquisa feita em 2013 pelo instituto "Pew Research Center" revelou que o apoio à pena de morte entre os católicos e entre os cristãos varia muito, por grupos étnicos / raciais.

Enquanto 59% dos brancos católicos disseram que são a favor da pena capital, 37% dos católicos hispânicos se opuseram. E, enquanto aproximadamente 67% dos evangélicos brancos, apenas 33% dos negros protestantes disseram o mesmo.

 

 

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