Índia recusa EUA de entrar no país para discutir sobre liberdade religiosa

Na Índia, os cristãos tem sido submetidos a agressões físicas, expulsões forçadas, pressões para se converter ao hinduísmo e acesso negado aos alimentos e água.

Fonte: Guiame, com informações de Christian ExaminerAtualizado: quarta-feira, 9 de março de 2016 às 15:18
Primeiro-ministro indiano Narendra Modi recusou a entrada da Comissão de Liberdade Religiosa dos EUA. (Foto: Reuters)
Primeiro-ministro indiano Narendra Modi recusou a entrada da Comissão de Liberdade Religiosa dos EUA. (Foto: Reuters)

Autoridades indianas recusaram a entrada da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA (USCIRF) depois que membros do Congresso americano pediram ao governo da para melhorar seu histórico em relação às minorias religiosas.

Na última quinta-feira (3), a USCIRF anunciou que seus membros não fariam viagem à Índia para "discutir e avaliar a liberdade religiosa", porque o país não havia emitido vistos aos representantes.

"Estamos profundamente desapontados com a recusa do governo indiano em emitir estes vistos. Como um estado pluralista, não-sectário, democrático e um parceiro próximo dos Estados Unidos, a Índia deveria ter confiança de permitir a nossa visita", disse Robert P. George, presidente da USCIRF.

"A USCIRF pôde viajar para muitos países, incluindo aqueles que estão entre os piores em relação à liberdade religiosa, incluindo o Paquistão, Arábia Saudita, Vietnã, China e Birmânia. Seria de esperar que o governo indiano permitisse mais transparência do que estas nações", acrescentou George.

A delegação do USCIRF estava programada para partir rumo à Índia na sexta-feira (4) para debater os relatórios sobre a opressão da maioria hindu contra as minorias religiosas no país. De acordo com George, as condições para a liberdade religiosa começaram a se deteriorar rapidamente na Índia em 2014.

Carta diplomática

No dia 26 de fevereiro, um grupo bipartidário de 34 congressistas e senadores norte-americanos enviaram uma carta ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi reiterando a parceria EUA-Índia, mas solicitando que o governo condensse os atos de perseguição religiosa realizados contra as minorias.

A carta mencionou a recente proibição de "todas propagandas, orações e discursos religiosos não-hinduístas" em mais de 50 aldeias de um estado indiano. Os cristãos tem sido submetidos a agressões físicas, expulsões forçadas, pressões para se converter ao hinduísmo e acesso negado aos alimentos e água.

No entanto, a carta não foi tão bem recebida em Nova Deli, capital indiana. No dia 29 de fevereiro, o governo descreveu a carta como "infeliz" e divulgou uma resposta por meio do porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Vikas Swarup.

"É lamentável que esses membros do Congresso, enquanto aplaudem a Índia como uma sociedade pluralista, compromissada com a inclusão e a tolerância, optaram por se concentrar em apenas alguns incidentes. A Índia se orgulha de seu status como a maior democracia do mundo. A Constituição indiana garante direitos fundamentais a todos os cidadãos, incluindo as comunidades minoritárias", disse o comunicado em nome de Narendra Modi.

Por outro lado, dentro de alguns dias após o recebimento da carta, hinduístas radicais do grupo Hindu Parishad Vishva (VHP) alegaram que a população cristã está crescendo por causa de uma conspiração do governo dos Estados Unidos para abafar o hinduísmo na região.

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