Judeus cristãos condenam decisão do Vaticano de "não converter judeus"

"Como pode o Vaticano ignorar o fato de que a Grande Comissão de Jesus Cristo ordena que seus seguidores estão levando o evangelho à todas as pessoas?", questionou o diretor do grupo Judeus por Jesus.

Fonte: Guiame, com informações de Christian TodayAtualizado: quarta-feira, 16 de dezembro de 2015 às 13:25
"Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego". (Foto: Jewdas)
"Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego". (Foto: Jewdas)
Judeus messiânicos em Israel viram com maus olhos o anúncio feito pelo Vaticano na última quinta-feira (10), afirmando que os católicos não devem tentar converter judeus.
 
A declaração foi feita num importante documento que afasta a Igreja ainda mais das relações tensas do passado, incentivando católicos a trabalhar com judeus no combate ao antissemitismo. 

"A Igreja é assim obrigada a ver a evangelização (espalhar o cristianismo) para judeus, que acreditam em um só Deus, de uma maneira diferente do que para pessoas de outras religiões e visões de mundo", declarou o documento. 

O diretor do grupo Judeus por Jesus, David Brickner, disse que a posição do Vaticano sobre o assunto era "notória", especialmente vinda de uma instituição que pretende representar um número significativo de cristãos no mundo.

"Como pode o Vaticano ignorar o fato de que a Grande Comissão de Jesus Cristo ordena que seus seguidores estão levando o evangelho à todas as pessoas?", questionou

"Eles estão apenas favorecendo alguns líderes da comunidade judaica, que aplaudem por estar fora do radar de evangelização pelos católicos? Se assim for, eles precisam ser lembrados que receberam a mensagem do evangelho, pela primeira vez, através dos lábios de judeus que acreditaram em Jesus", disse Brickner.

Brickner ainda acredita que o documento aprovado pelo Papa Francisco ridiculariza as palavras do apóstolo Paulo. "Acreditamos que o apóstolo Paulo, cujo nome é invocado frequentemente no documento do Vaticano, ficaria horrorizado pelo repúdio às palavras que ele mesmo escreveu na carta aos Romanos: "Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego".

O novo documento da Comissão de Relações Religiosas com Judeus do Vaticano enfatizou os ensinamentos recentes do Vaticano de que as duas religiões são interligadas e que Deus nunca anulou o seu pacto com o povo judaico.

No passado, orações católicas denunciavam judeus por não acreditarem em Jesus. Judeus também acusam o papado na Segunda Guerra Mundial de fazer vista grossa diante do Holocausto, algo que o Vaticano nega. 

"A Igreja Católica não realiza, nem apoia qualquer trabalho missionário específico direcionado aos judeus. Os judeus não são excluídos da salvação, embora eles não acreditem em Jesus Cristo como o Messias de Israel e Filho de Deus. A Igreja é, portanto, obrigada a promover a evangelização aos judeus, que acreditam no único Deus, de uma maneira diferente das pessoas de outras religiões e outras visões de mundo", finalizou.

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