Mais de 280 crianças foram sexualmente abusadas e expostas em vídeos de gangue paquistanesa

Um alto oficial de proteção da criança na província marcou o caso como "o maior escândalo de abuso infantil da história do Paquistão" e assegurou que os responsáveis serão punidos rigorosamente.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 12 de agosto de 2015 às 16:10
Crianças cujas famílias dizem que elas foram abusadas, escondem seus rostos (ao fundo), enquanto suas mães são entrevistadas por um correspondente da Reuters, em Husain Khan Wala, província de Punjab, Paquistão. (Foto: Reuters)
Crianças cujas famílias dizem que elas foram abusadas, escondem seus rostos (ao fundo), enquanto suas mães são entrevistadas por um correspondente da Reuters, em Husain Khan Wala, província de Punjab, Paquistão. (Foto: Reuters)

 

Uma gangue criminosa do Paquistão, localizada próximo à fronteira com a Índia forçou cerca de 300 crianças a se envolverem em atos sexuais. As informações foram confirmadas pelas autoridades do país, que descobriram que esta pode ser a maior rede de pornografia infantil na história da nação. Estudantes islâmicos estão pedindo que os autores os responsáveis por estes abusos sejam condenados à morte.

O ministro-chefe da província de Punjab, no Paquistão, Shahbaz Sharif, pediu no último domingo (9) que a Alta Corte de Lahore investigasse uma quadrilha de pornografia infantil em Kasur, que supostamente produziu pelo menos 400 vídeos com 280 crianças, que foram forçadas a ter relações sexuais, segundo o jornal paquistanês 'Dawn' relatou.

Um alto oficial de proteção da criança na província marcou o caso como "o maior escândalo de abuso infantil da história do Paquistão" e assegurou que os responsáveis serão punidos rigorosamente.

As horas de filmagens exibem vários atos sexuais hediondos envolvendo as crianças - algumas com 7 anos de idade. Muitas das crianças também foram forçadas a molestar outras.

"Os envolvidos no caso serão severamente punidos. Eles não serão capazes de escapar de seu destino", afirmou Sharif. "As famílias afetadas serão amparadas pela justiça a qualquer custo".


Investigação

Cerca de 14 suspeitos da aldeia de Hussain Khan Wala foram presos, segundo informações da 'Associated Press'. Os criminosos conseguiram manter as crianças e as famílias das vítimas em silêncio por anos através de chantagens e ameaças.

Acredita-se que a quadrilha usou os vídeos como uma forma de extorquir dinheiro de membros das famílias com a ameaça de divulgar publicamente as imagens, se o grupo não recebesse as quantias exigidas.

O relatório acrescenta que os membros da gangue muitas vezes ameaçavam as crianças com uma arma ou as drogavam, para levá-las a participar dos atos sexuais.


Traumas

"Eles me destruíram", disse uma vítima não identificada à agência de notícias 'AP'. "Eles destruíram minha família. Eles simplesmente me mataram".

A quadrilha foi bem sucedido em manter suas vítimas em silêncio até que uma família decidiu pronunciar-se contra o grupo - o que acabou encorajando outras famílias a fazer o mesmo.

Latif Sarra, um advogado que representa algumas das vítimas, acrescentou que, se uma família não pudesse pagar para evitar que a gangue liberasse a filmagem de seu filho(a), a quadrilha exigia que a família encontrasse uma outra criança para entregar aos criminosos.

"A quadrilha tem de 15 a 21 membros. Essas pessoas têm estuprado meninos e meninas com idade inferior a 15 anos e, e registram isto em vídeos desde 2009", explicou Sarra. "É um caso de extorsão. Este é o negócio deles".

Apesar do pedido do chefe do ministro para uma investigação, o presidente do Tribunal da Alta Corte de Lahore rejeitou o pedido de inquérito na última segunda-feira (10) e afirmou que uma vez que já havia uma investigação da polícia local sobre o assunto, uma investigação judicial não era necessária.


Inversão de papéis

Embora a polícia venha investigando o caso desde junho deste ano (2015), só começou a realmente prender os suspeitos após os protestos de pessoas que se reuniram do lado de fora da delegacia de polícia, neste mês agosto para protestar contra a morosidade das autoridades. Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas no protesto.

Sarra acredita que a polícia não está levando o caso a sério e está até mesmo "fazendo vista grossa" com relação aos suspeitos.

"A polícia está conivente com os acusados", Sarra sustentou.

Alguns pais das crianças vitimizadas disseram à Reuters que quando eles foram registrar uma ocorrência policial contra estes criminosos, os policiais trataram seus filhos como se fossem criminosos.

"Eu fui para a delegacia de polícia para registrar uma queixa, mas em vez de registrar um [caso], eles levaram o meu filho e o mantiveram em custódia", explicou a mãe Shakila Bibi.

De acordo com a 'AP', o parlamento do Paquistão se pronunciou contra os crimes sexuais e pediu que todos os envolvidos sejam responsabilizados. Enquanto isso, um grupo de 50 estudantes islâmicos emitiu um decreto, pedindo aos tribunais condenem todos os criminosos envolvidos no caso à pena de morte.

"Os tribunais devem anunciar sentença de morte para os responsáveis por este crime hediondo", diz o texto decreto publicado pelos estudante. "O Islã declara que este é o pior pecado contra a humanidade".

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