Morte de mais de 700 é chamada de "vontade de Deus" por ministro da Arábia Saudita

De acordo com o ministro da Saúde do país, os envolvidos no tumulto falharam no cumprimento das instruções de segurança e, por isso, acabaram esmagados. Além dos 717 mortos, mais de 800 peregrinos ficaram feridos.

Fonte: Guiame, com informações de IGAtualizado: segunda-feira, 28 de setembro de 2015 às 12:22
Milhares de peregrinos durante o último ritual do hajj, em Mina. (Foto: Ahmad Masood/Reuters)
Milhares de peregrinos durante o último ritual do hajj, em Mina. (Foto: Ahmad Masood/Reuters)

 

O governo saudita se absteve de sua responsabilidade e encontrou os culpados da tragédia que deixou mais de 700 muçulmanos mortos na cidade de Mina, vizinha à Meca: os próprios peregrinos, que pisotearam e foram pisoteados no local mais sagrado do islamismo, na quinta-feira (24).

De acordo com o ministro da Saúde do país, os envolvidos no tumulto falharam no cumprimento das instruções de segurança e, por isso, acabaram esmagados. Além dos 717 mortos, mais de 800 peregrinos ficaram feridos.

"Este tipo de acidente poderia ter sido evitado. Contudo, foi a vontade de Deus", disse Khaled al-Falih.

Por outro lado, esta não é a opinião dos peregrinos que conseguiram se salvar da tragédia e de profissionais do turismo local, que recebe 1,4 milhão de estrangeiros anualmente durante o Hajj, período entre o 8º e 13º do mês de Dhu al-Hijja, o último e o mais sagrado do calendário islâmico.

De acordo com eles, o culpado pelas mortes foi o governo saudita, que bloqueou duas estradas para que autoridades seguissem a seu palácio em segurança, deixando o espaço para os peregrinos mais apertado. Mais de dois milhões de pessoas participam ao mesmo tempo da peregrinação anualmente. 

"Por este motivo, o governo fechou duas das entradas que dão acesso aos rituais, além das estradas, estrangulando as pessoas", afirmou o consultor de viagens Mohammed Jafari.

"Toda vez que um príncipe vem para cá eles fazem isso e não pensam que um desastre pode acontecer. Fico nervoso que se coloque a culpe nos peregrinos ou em Deus por essas mortes. Em todos os desastres na Arábia Saudita se diz que foi 'a vontade de Deus'. Mas esta não é a vontade de Deus: é a incompetência do homem."

Segundo o porta-voz do Ministro do Interior, o general Mansur al-Turki, a tragédia foi causada pelo enorme número de peregrinos se movimentando ao mesmo tempo em uma intersecção de duas ruas em Mina. Ele culpou o calor, de 46ºC, e a fadiga das pessoas como contribuidores para o grande número de vítimas. 

Tragédias semelhantes são relativamente comuns em Meca. Desde 1975, milhares de pessoas morreram em tumultos e rituais na cidade e suas vizinhas, como Mina.

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