Mulher fala sobre a escravidão sexual no Estado Islâmico: "Pior que a morte"

Nadia Murad compartilhou sua história durante uma visita a Londres, na qual ela revelou como os combatentes mataram seis de seus irmãos e também sua mãe no Norte do Iraque.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 16 de fevereiro de 2016 às 12:10

Uma mulher iraquiana de 21 anos de idade, cuja família foi massacrada pelo grupo terrorista Estado Islâmico enquanto ela foi mantida como escrava sexual até de conseguir escapar do cativeiro, testemunhou sobre as terríveis torturas e abusos militantes que as mulheres, adolescentes e até mesmo crianças estão sofrendo nas mãos dos terroristas.

Nadia Murad compartilhou sua história durante uma visita a Londres, na qual ela revelou como os combatentes mataram seis de seus irmãos e também sua mãe no Norte do Iraque, de acordo com informações publicadas no último domingo, pelo jornal 'The Mirror'. Murad mesma foi sequestrada e forçada à escravidão sexual, tornando uma das 5.000 meninas e mulheres iáziges [número aproximado] que o grupo terrorista seqüestrou.

A sobrevivente da escravidão sexual disse que algumas das coisas às quais os extremistas islâmicos estão submetendo as mulheres chegam a ser "mais difíceis que a morte."

"Um ano e meio se passou e o genocídio contra os yazidis é contínuo. Nosso povo morre todos os dias, porque vemos o mundo em silêncio diante de nossa situação", disse ela.

"Minha mãe viu o Estado Islâmico matando meus irmãos e, em seguida, eles levaram minha mãe e também a mataram. Fiquei órfã , sendo que também não tenho um pai. Tudo o que eu tinha na guerra era a minha mãe", Murad continuou.

"Mas quando eles me levaram para Mosul e me estupraram, esqueci a minha mãe e meus irmãos. Porque o que eles estavam fazendo com as mulheres era mais difícil do que a morte", acrescentou.

"Imagine: há mais de um ano e meio, meninas a partir de 9 anos de idade estão sendo 'alugadas' e 'vendidas' como escravas sexuais".

Milhões de pessoas foram deslocadas e expulsas do Iraque e da Síria como refugiados devido às invasões do Estado Islâmico, que também matou milhares de soldados e civis, e mantém milhares de mulheres e meninas como escravas sexuais. As minorias étnicas e religiosas como cristãos e yazidis foram especificamente marcadas como alvos pelos radicais.


Reação
Um número de vítimas da escravidão sexual conseguiu escapar das garras do grupo terrorista para compartilhar suas histórias chocantes e centenas destas têm se unido para formar batalhões só de mulheres na luta contra o grupo terrorista.

"Sempre que uma guerra acontece, nossas mulheres acabam como vítimas", disse a Capitã Khatoon Khider, citando uma integrante do batalhão 'Sun Ladies'. Recordando a perseguição que a minoria Yazidi sofre, ela disse: "As mulheres estavam jogando seus filhos das montanhas e depois se suicidavam saltando dali, porque era uma maneira mais rápida de morrer. Estávamos de mãos atadas. Não poderíamos fazer nada sobre isso".

Ela continuou: "Agora estamos nos defendendo do mal. Estamos defendendo todas as minorias da região. Faremos o que nos é pedido".

As mulheres combatentes receberam treinamento das forças curdas de Peshmerga, e aproximadamente 500 mais estão prontas para o treinamento.

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