Muro temporário é construído para dividir árabes e judeus em Jerusalém

Neste domingo (18), quatro dias depois de ataques palestinos contra israelenses de bairros vizinhos, a polícia informou que um muro de concreto temporário está sendo erguido entre as comunidades.

Fonte: Guiame, com informações de Jerusalem PostAtualizado: segunda-feira, 27 de setembro de 2021 às 14:35
Foto: Marcos Paulo Correa da Silva
Foto: Marcos Paulo Correa da Silva

Dois terroristas palestinos do bairro árabe de Jabel Mukaber, localizado ao sul da parte oriental de Jerusalém, assassinaram dois homens judeus do vizinho bairro israele de Armon Hanatziv, após um ataque ao ônibus que cruza as duas vizinhanças. Neste domingo (18), quatro dias depois do incidente, a polícia israelense informou que um muro de concreto temporário está sendo erguido entre as comunidades.

A decisão foi tomada em menos de 72 horas depois que as entradas para o bairro árabe – onde residem vários autores dos ataques realizados recentemente em toda a capital – foram ordenadas a serem fechadas pelo gabinete de segurança emergencial.

Segundo a polícia, o muro composto por seis lajes de concreto em cinco metros de altura, será construído para bloquear os ataques de homens-bomba e o lançamento de pedras por por jovens árabes contra os moradores do bairro judeu. Grande parte da parede já foi construída na noite deste domingo. A polícia informou que a previsão é que a barreira seja concluída até o final da semana.

O porta-voz da polícia Luba Gardênia disse que a parede irá permanecer no local "pelo tempo em que for necessário", acrescentando que se os ataques contra os judeus não cessarem, o muro poderá ser extendido.

Em um comunicado pela prefeitura de Jerusalém, foi enfatizado que a barreira é uma ação de segurança temporária. "O município de Jerusalém deixa claro que essa não é uma parede de perímetro, mas uma barreira a ser colocada temporariamente pela polícia", disse o comunicado. "Isso está sendo feito para evitar mais lesões e danos à propriedade."

Nos últimos dias, vários bloqueios monitorados pelos postos de segurança também foram erguidos em violentos bairros árabes de Jerusalém Oriental, incluindo Isawiya, Silwan e Shuafat.

O porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros Emmanuel Nahshon disse que a parede "não tem nenhum significado político". "É um aspecto de nossas medidas de segurança", disse ele em um comunicado.

No entanto, a União Sionista MK Itzik Shmuli emitiu um comunicado acusando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de dividir Jerusalém. "É lamentável que o primeiro-ministro não diga a verdade ao público", disse a publicação. "Sua concepção sobre Jerusalém falhou completamente. [O governo] não tem qualquer interesse em Jabel Mukaber."

Enquanto isso, a Associação pelos Direitos Civis em Israel condenou a parede e os diversos pontos de monitoramento nos bairros palestinos, que está "restringindo a circulação de 300 mil residentes palestinos de Jerusalém".

"Não há dúvidas de que lidar com as dificuldades da situação de segurança nesses últimos dias requer que as forças de segurança usem medidas diferentes que podem limitar a liberdade dos indivíduos, mas punição coletiva contra toda uma população não é legítima em qualquer circunstância.”

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