"Não me arrependo", diz prefeito que vetou material didático com ideologia de gênero

Thiago Flores (PMDB) destacou que a medida apenas reflete a vontade do povo.

Fonte: Guiame, com informações do G1Atualizado: terça-feira, 7 de março de 2017 às 19:56
Thiago Flores é prefeito de Ariquemes, Roraima. (Imagem: G1)
Thiago Flores é prefeito de Ariquemes, Roraima. (Imagem: G1)

Após receber críticas e elogios, o prefeito Ariquemes (RO), Thiago Flores (PMDB) afirmou que não se arrepende de ter ordenado a retirada de páginas de livros didáticos que falavam sobre o casamento gay e promoviam a ideologia de gênero. Ele afirmou que sua decisão é apenas a aplicação de uma ordem já decretada na administração passada, quando os livros já haviam sido proibidos nas escolas.

"Na minha gestão, a prefeitura adotou a medida de distribuir o material didático, após a supressão das páginas com ideologia de gênero e evitar mais prejuízo no aprendizado dos alunos. Não me arrependo dessa atitude", destacou o prefeito em depoimento ao G1.

Thiago Flores também afirmou que a decisão foi democrática, considerando que a maioria da população da cidade já havia se manifestado contra o material didático.

"Fui pautado pela vontade dos ariquemenses. O assunto foi discutido amplamente pela população, que pediu a retirada do conteúdo sobre diversidade familiar, como casamento e adoção de crianças por homossexuais dos livros escolares do ensino fundamental. Minha decisão foi participada com todos e não tomada dentro do meu gabinete", esclareceu.

O caso acabou ganhando repercussão nacional após a prefeitura anunciar a decisão de retirar as páginas dos livros. Entre aprovações e protestos, a medida acabou até sendo classificada como homofóbica. "Nunca foi intenção da prefeitura pregar a cultura do ódio, gerar essa polêmica, discutir homofobia", disse Thiago.

O prefeito chegou a ser convidado pelo Ministério Público para assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), para que as páginas não fossem removidas dos livros. Thiago Flores se reuniu com a promotoria na tarde da última sexta-feira (27), mas se recusou a firmar o acordo.

"Na qualidade de representante legítimo, eleito pelo povo, pela voz da maioria, nossa resposta será no âmbito da administração pública, por isso não assinei o TAC", afirma.

O prefeito informou que a administração ainda não sabe como fará a remoção do conteúdo dos livros didáticos, mas garantiu que o fato não resultará em "retrocesso pedagógico" e também assegurou que nenhuma criança ficará sem livros.

A decisão será oficialmente anunciada no dia 2 de fevereiro, que foi o prazo estabelecido pelas promotoras da cidade.

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