Papa oferece 'perdão' a mulheres que fizeram aborto

O perdão, que também poderá ser estendido a mulheres mortas, faz parte do Jubileu da Misericórdia, o Ano Santo da igreja que começa na terça-feira e vai até 20 de novembro de 2016.

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: terça-feira, 8 de dezembro de 2015 às 16:19
Papa oferece perdão a mulheres que fizeram aborto. (Foto: Rede Tribuna)
Papa oferece perdão a mulheres que fizeram aborto. (Foto: Rede Tribuna)
No próximo domingo, a Igreja Católica vai oferecer absolvição ao pecado do aborto para mulheres do mundo todo, caso elas cumpram certos procedimentos. O perdão, que também poderá ser estendido a mulheres mortas, faz parte do Jubileu da Misericórdia, o Ano Santo da igreja que começa na terça-feira e vai até 20 de novembro de 2016. 

"A absolvição do pecado do aborto é uma prerrogativa dos bispos que, em situações particulares, podem delegar esta função aos padres. Todavia, durante o Ano Santo, para facilitar ainda mais o perdão, o papa Francisco concedeu esta faculdade a todos os sacerdotes", disse o padre Geraldo dos Reis Maia, reitor do Colégio Católico Pio Brasileiro, em Roma, à BBC Brasil.

"Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa", afirmou.

No dia 13 de dezembro, a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e as igrejas no mundo todo abrirão as portas para oferecer o perdão. No entanto, há uma condição para recebê-lo: os fiéis devem realizar uma peregrinação até as igrejas, além de se confessarem e comungarem.

"A misericórdia pode ser concedida não apenas para a mulher que optou pela interrupção da gravidez, mas para qualquer pessoa que tenha, de qualquer modo, contribuído para a ocorrência do aborto", ressalta o padre Geraldo.

O Papa orientou que pessoas que estiverem impossibilitadas de ir até uma das "portas santas", como doentes, idosos e presos, também podem receber a absolvição dirigindo o pensamento e a oração a Deus. A indulgência, segundo a Igreja Católica, pode ser obtida também para pessoas falecidas, por intermédio de orações feitas por parentes ou amigos.

"Todos os fiéis são chamados a participar, mas os que não estiverem em condições de cumprir estas determinações podem fazê-lo no sentido espiritual. As orações, as penitências pessoais, assim como o oferecimento dos próprios sofrimentos também são formas de participação", afirma padre Geraldo.

Reforma Protestante

Em 31 de outubro de 1517, Martinho Luterou afixou 95 teses na capela de Wittemberg  que confrontavam as práticas daquele tempo cometidas pela Igreja Católica. A questão é que essas práticas permanecem, e vão contra princípios claramente expostos na Bíblia.
 
Nas duas primeiras teses, Lutero aborda a questão do perdão de maneira clara: "Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: 'Arrependei-vos...', certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento. E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes."
 
Lutero indica que o caminho para o arrependimento é muito mais simples do que o apresentado pelos sacerdotes. Jesus pregou um arrependimento que se inicia no coração, mas tem como resultado uma mudança de ideais e atitudes.
 
"Todavia, não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne. Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna", dizem a 3ª e 4ª teses.

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