"A absolvição do pecado do aborto é uma prerrogativa dos bispos que, em situações particulares, podem delegar esta função aos padres. Todavia, durante o Ano Santo, para facilitar ainda mais o perdão, o papa Francisco concedeu esta faculdade a todos os sacerdotes", disse o padre Geraldo dos Reis Maia, reitor do Colégio Católico Pio Brasileiro, em Roma, à BBC Brasil.
"Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa", afirmou.
No dia 13 de dezembro, a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e as igrejas no mundo todo abrirão as portas para oferecer o perdão. No entanto, há uma condição para recebê-lo: os fiéis devem realizar uma peregrinação até as igrejas, além de se confessarem e comungarem.
"A misericórdia pode ser concedida não apenas para a mulher que optou pela interrupção da gravidez, mas para qualquer pessoa que tenha, de qualquer modo, contribuído para a ocorrência do aborto", ressalta o padre Geraldo.
O Papa orientou que pessoas que estiverem impossibilitadas de ir até uma das "portas santas", como doentes, idosos e presos, também podem receber a absolvição dirigindo o pensamento e a oração a Deus. A indulgência, segundo a Igreja Católica, pode ser obtida também para pessoas falecidas, por intermédio de orações feitas por parentes ou amigos.
"Todos os fiéis são chamados a participar, mas os que não estiverem em condições de cumprir estas determinações podem fazê-lo no sentido espiritual. As orações, as penitências pessoais, assim como o oferecimento dos próprios sofrimentos também são formas de participação", afirma padre Geraldo.
Reforma Protestante
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