Passageiros muçulmanos defendem cristãos e impedem massacre em ônibus, no Quênia

O governador do estado de Mandera (onde ocorreu o fato), Ali Roba disse que os passageiros não aceitaram se separar uns dos outros e ousaram dizer aos terroristas que teriam que matar todos ali ou ir embora.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: segunda-feira, 21 de dezembro de 2015 às 18:04

Cristãos quenianos ajudados por muçulmanos que se recusaram a deixá-los sozinhos sob o poder de supostos extremistas islâmicos, quando o ônibus que carregava este grupo "misto" acabou caindo em uma emboscada.

De acordo com o "Daily Nation" - serviço de notícias do Quênia - duas pessoas morreram e três ficaram feridas, quando um ônibus que ia de Nairobi para Mandera e foi atacado por militantes da organização terrorista Al-Shabaab, na manhã desta segunda-feira (21).

Vice-comissário do condado onde ocorreu o fato, Julius Otieno disse à nação que os atacantes tinham dito ordenado que os passageiros saíssem do veículo e tentaram dividi-los entre muçulmanos e não-muçulmanos.

"Eles estavam tentando identificar quem eram os cristãos entre aqueles passageiros. Eles disseram aos não-cristãos para retornar ao veículo", disse Otieno.

O governador de Mandera, Ali Roba disse que os passageiros não aceitaram se separar uns dos outros e ousaram dizer aos terroristas que teriam que matar todos ali ou ir embora.

"Isto forçou os militantes a saírem com pressa, temendo represálias por parte de residentes de aldeias próximas", disse ele.

"Os moradores mostraram um senso de patriotismo e de pertencimento de uns para com os outros, insistindo que o Al-Shabaab deveria matá-los todos juntos ou deixá-los sozinhos".

Roba não chegou a informar se a população local tinha sido ferida "tentando proteger os não-muçulmanos no ônibus".

O governador acrescentou que os combatentes do Al-Shabaab migraram para o Quênia em grupos de seis a 15 e que o maior grupo visto na área era composto por 30 lutadores.

Ele disse que eles estavam tentando radicalizar aldeões, mas sem sucesso.


Garissa
O pior ataque da Al-Shabaab no Quênia até o momento foi o massacre de estudantes na Universidade de Garissa, em 2 de abril (2015), no qual 152 pessoas morreram, incluindo quatro homens armados. Os sobreviventes falaram em execuções impiedosas realizadas pelos terroristas, que espreitavam as salas de aula e dormitórios de estudantes à procura de não-muçulmanos.

Reuben Mwavita, um estudante de 21 anos de idade, disse que viu três estudantes do sexo feminino ajoelhados diante dos pistoleiros, implorando por misericórdia.

"O 'erro' que eles cometeram foi dizer 'Jesus, por favor, nos salve, porque foi aí que eles foram imediatamente baleados", disse Mwavita sobre o que teria levado os terroristas a identificarem quem poderiam ser o cristãos entre as pessoas que estavam na universidade.

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