Pedido à ONU pode incluir “islamofobia” como racismo e dificultar conversão de muçulmanos

Informação foi dada por organização cristã, que levanta alarme em relação a liberdade religiosa global.

Fonte: Guiame, com informações do Barnabas FundAtualizado: sexta-feira, 31 de julho de 2020 às 15:57
Homem cristão desperta muçulmanos israelenses para comer Sahur. (Foto: Reprodução / Tempo)
Homem cristão desperta muçulmanos israelenses para comer Sahur. (Foto: Reprodução / Tempo)

O pedido da Arábia Saudita para a Organização das Nações Unidas (ONU) focar na “eliminação da Islamofobia” como resultado do combate ao racismo e à xenofobia online estabelece um precedente potencialmente perigoso, diz a organização cristã Barnabas Fund.

A organização afirma que “embora, sem sombra de dúvidas, exista racismo e preconceito na internet, este é um pedido desonesto vindo do fechado reino Saudita da sharia, que promove sua própria e rigorosa interpretação Wahhabi do Islamismo em todo o mundo, onde Cristãos e Judeus são apresentados como inimigos em livros escolares e o jihad é encorajado como um meio de propagação do Islamismo. Assim como continua sendo uma ofensa capital um Muçulmano se converter ao Cristianismo na Arábia Saudita”.

Meshaal Bin Ali Al Balawi, dirigente dos Direitos Humanos da Arábia Saudita na Missão das Nações Unidas em Genebra, dirigiu-se ao Conselho de Direitos Humanos, sinalizando a internet como um “espaço para a prática do racismo” ao pedir que a ONU trabalhe para encontrar uma “solução”.

Al Balawi explicou que, na Arábia Saudita, “espalhar ideias baseadas em discriminação racial e incitar o racismo e o ódio utilizando tecnologia da informação … é um crime, cujo autor é punido de acordo com as leis do reino Saudita”. As sanções incluem prisão ou multas substanciais de até R$ 687.372,00 ou até mesmo as duas coisas.

O conceito de associar qualquer crítica da ortodoxia islâmica com o racismo pode potencialmente levar a consequências graves e repressivas em todo o mundo, principalmente para cristãos convertidos do islamismo, caso a ONU esteja disposta a assumir a mencionada causa Saudita de “proibir a discriminação racial em todas as suas formas”, como promovido sob a estrutura da “Visão 2030” do reino Saudita.

Definição de “islamofobia” é incorreta

Em 2019, o clérigo muçulmano Yahya Cholil Staquf, secretário geral da maior organização muçulmana do mundo, o movimento Nahdlatul Ulama da Indonésia, afirmou que “islamofobia” não está enraizada no racismo e que a falta de credibilidade dos muçulmanos em muitos países é resultado de um Islamismo extremista e do terrorismo ao redor do mundo.

O influente clérigo escreveu no Daily Telegraph do Reino Unido que a definição do Grupo Parlamentar de Todos os Partidos estava “factualmente incorreta” ao vincular a islamofobia com o racismo e que isso era algo “prejudicial” a se fazer.

Ele alertou que a mentalidade muçulmana tradicional “precisa mudar” e pediu pela rejeição da ortodoxia muçulmana “obsoleta e problemática” a condenando por estar “alimentando a violência de ambos os lados”.

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