Policiais britânicos que atirarem em suspeitos de terrorismo poderão ter proteção especial da lei

Os massacres ocorridos em Paris, com autoria de terroristas do Estado Islâmico provocaram debates sobre se a polícia britânica estava em condições de lidar com um ataque similar e novas questões foram levantadas pelo Comissário da Polícia Metropolitana.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: segunda-feira, 21 de dezembro de 2015 às 20:42

Policiais armados britânicos poderão obter maior proteção legal se eles atingirem criminosos suspeitos de terrorismo. A medida pode ser adotada após David Cameron ordenar uma revisão, na sequência dos atentados de Paris no mês passado, segundo o jornal 'Sunday Times'.

A nova avaliação examinará se a lei dá proteção suficiente para os oficiais que fazem em uma "fração de segundo", a decisão de atirar (ou não) em um suspeito. A proposta surge em paralelo às preocupações da polícia que seus oficiais armados não teriam o apoio jurídico ou político necessário para trabalhar com confiança.

Os massacres ocorridos em Paris, com autoria de terroristas do Estado Islâmico provocaram debates sobre se a polícia britânica estava em condições de lidar com um ataque similar e novas questões foram levantadas pelo Comissário da Polícia Metropolitana, bem como a ser discutida em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional Britânico, na semana passada.

Ao contrário da maioria das forças ao redor do mundo, a polícia britânica não anda rotineiramente armada e, atualmente, cerca de 6.000 dos 130 mil oficiais da Inglaterra e do País de Gales são treinados para usar armas, embora o governo pretenda aumentar esse número.

O Sunday Times, citando uma fonte do governo, disse que Cameron estava preparado para mudar as leis atuais, com o objetivo de dar a esses policiais armados, maior proteção contra acusação.

"Incidentes terroristas, tanto em nosso território, como no exterior têm mostrado muito claramente as decisões de vida ou morte que os policiais têm que fazer nestas circunstâncias, em frações de segundo", disse a fonte, segundo o jornal.

O jornal informou que o governo iria rever se as leis existentes são suficientes para apoiar os policiais. Atualmente, a polícia armada pode defender o seu uso de armas se os oficiais "honestamente e instintivamente" acreditarem que isso é razoável.

"Precisamos ter certeza de que quando a polícia tomar a decisão final para proteger a segurança do público o fará com o apoio total da lei e do Estado - não pode haver espaço para hesitação quando há vidas em risco", disse a fonte ao jornal.

No entanto Jeremy Corbyn líder trabalhista disse que imediatamente após os ataques recentes em Paris, ele não estava "satisfeito" com o fato de a polícia operar uma política de "atirar para matar", embora ele mais tarde tenha esclarecido suas declarações e dito que apoiava qualquer "uso da força estritamente necessário".

Ele disse ao Sunday Times que qualquer movimento para enfraquecer a supervisão de armas de fogo seria o mesmo que "diminuir" a confiança pública na polícia.

"Tem que haver um inquérito independente muito forte para ser feito sobre a polícia", disse ele ao jornal. "Como qualquer outra entidade pública, devem ser responsabilizados. Espero que isto não seja um golpe político".

O anúncio vem depois de que um oficial armado foi preso na semana passada, por ter atirado em Jermaine Baker, de 28 anos, no norte de Londres. A polícia lançou uma investigação por possível assassinato no incidente.

 

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