Professores de universidades britânicas anunciam boicote a Israel

Entre os manifestantes estão integrantes de instituições de ensino renomadas, como as universidades de Oxford e Cambridge e a London School of Economics (LSE).

Fonte: Guiame, com informações de O GloboAtualizado: terça-feira, 27 de outubro de 2015 às 19:51
Israelenses em confronto com palestinos, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. (Foto: AFP/Ahmad GharabliI)
Israelenses em confronto com palestinos, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. (Foto: AFP/Ahmad GharabliI)

Em um movimento de boicote a Israel, 343 acadêmicos britânicos anunciaram publicamente que não participarão de trabalhos ou conferências de universidades israelenses em protesto “a violações dos direitos humanos ao povo palestino”.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (27), numa carta aberta publicada no jornal The Guardian. Entre os manifestantes estão integrantes de instituições de ensino renomadas, como as universidades de Oxford e Cambridge e a London School of Economics (LSE).

“Como pesquisadores associados a universidades britânicas, estamos profundamente preocupados com a ocupação ilegal dos territórios palestinos, as violações intoleráveis aos direitos humanos infligidas ao conjunto do povo palestino e a aparente resistência a qualquer tipo de solução”, diz o texto.

“Não aceitaremos convite de qualquer instituição acadêmica israelense nem participaremos de conferências financiadas, organizadas ou patrocinadas por elas”, continua a carta.

Falando em nome do grupo, Jonathan Rosenhead, professor da London School of Economics, acusou as universidades israelenses de violarem a lei internacional e oprimir o povo palestino.

"Essas assinaturas foram coletada apesar das pressões que podem ser feitas para as pessoas não criticarem Israel. Agora que o convite para se juntar ao compromisso é de domínio público, acreditamos que mais se juntarão a nós", disse Rosenhead.

Oposição

A iniciativa dos professores foi criticada pelos governos britânico e israelense. David Quarrey, embaixador do Reino Unido em Israel, afirmou que está “profundamente comprometido” a promover os vínculos acadêmicos e científicos entre os dois países.

"Como disse David Cameron, o governo do Reino Unido nunca permitirá que aqueles que querem boicotar Israel acabem com 60 anos de trocas e parcerias vibrantes que fazem muito para nossos países se fortalecerem", disse ele ao The Guardian.

A embaixada israelense em Londres publicou uma reposta dizendo: “Movimentos de boicotes só visam disseminar ódio e alienação entre os lados em vez de promover coexistência”.

Ainda assim, o grupo de acadêmicos insiste que continuará trabalhando de forma individual com seus colegas israelenses.

"Este boicote é uma pequena forma de dizer uma coisa importante: que a igualdade e a justiça devam ser aplicadas realmente, que o direito internacional deve ser respeitado", disse Conor Gearty, professor da LSE.

Simon Johnson, diretor-geral do Conselho de Liderança Judaica, entidade que representa instituições judaicas no Reino Unido, alega que os “acadêmicos deveriam se dar conta que os boicotes provocam divisões, são discriminatórios e não fazem nada para avançar a paz ou melhorar a vida dos palestinos”.

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