Rap e cultura negra ajudam a atrair fiéis ao islamismo nas comunidades carentes de SP

Seguidores do islamismo, rappers espalham a mensagem do profeta Maomé nas regiões onde vivem.

Fonte: Guiame, com informações de CBNAtualizado: quarta-feira, 8 de abril de 2015 às 12:08
Kaab Al Qadir e Aniza Zafira, na Favela Cultura Física, em Embu das Artes. (César Rosati/CBN)
Kaab Al Qadir e Aniza Zafira, na Favela Cultura Física, em Embu das Artes. (César Rosati/CBN)

 

As comunidades carentes são marcadas por dois extremos: o crime e a religiosidade. Na Favela Cultura Física, em Embu das Artes, na Grande São Paulo, a CBN entrevistou César Matheus, que hoje é chamado de Kaab Al Qadir.

Ele diz ter conhecido o Islã há cerca de 20 anos, enquanto estava preso, através do livro do ativista americano Malcom X, um dos maiores defensores do nacionalismo negro nos Estados Unidos.

Kaab não se sente a vontade para falar sobre o passado criminoso, mas afirma que foi graças ao Islã que sua vida mudou. Após conhecer a religião, montou um grupo de rap chamado Organização Jihad Brasil.

Na religião, a palavra jihad significa esforço e luta para difundir a filosofia do islã. O nome também virou sinônimo para Guerra Santa, o que, de acordo com Kaab, lhe trouxe problemas.

As letras do grupo de rap eram pesadas aos ouvidos dos muçulmanos, pois mesclavam termos da religião com palavrões. Isso fez com que ele saísse do grupo. “Eu montei essa parada e não deu muito certo. Fiz letras pesadas, várias letras do islã, aquelas coisas mais. Depois fui meio que despertar e pensei: tô errado”.

Atualmente, ele coordena uma associação que faz trabalhos sociais na Favela Cultura Física, promovendo saraus de rap e palestras sobre intolerância religiosa. Além disso, Kaab também mantém uma pequena sala de orações, chamada Mussala. O espaço é frequentado por cerca de 20 pessoas toda semana.

Na Mussala, Kaab prega sobre o Islã e tenta desmistificar o estigma da religião, tachada de terrorista - ainda que o Alcorão, livro sagrado da religião, incentive a violência. “A mídia mostra uma coisa e a gente esta lutando para mostrar outra”.

Carlos Soares Correa também é outro personagem do islamismo na periferia São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Conhecido atualmente como Honerê Al-Amin,  o rapaz de 38 anos teve os últimos 19 dedicados ao Islã.

Engajado no movimento negro e no hip-hop, Honerê conheceu a religião pelos livros de história. Hoje é considerado um dos principais interlocutores da religião muçulmana na periferia da Grande São Paulo.

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