Vereadores voltam atrás e feriado do 'Dia do Evangélico' vira ponto facultativo

Até mesmo os parlamentares que haviam aprovado o feriado obrigatório - que foi decretado por maioria absoluta no final de maio - incluíram mudanças na lei do Dia do Evangélico, na sessão da última quarta-feira (24).

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: sexta-feira, 26 de junho de 2015 às 13:45
Parlamentares incluíram mudanças na lei do Dia do Evangélico. (Luiz Alves/Secom-Câmara)
Parlamentares incluíram mudanças na lei do Dia do Evangélico. (Luiz Alves/Secom-Câmara)

 

Os vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá voltaram atrás na decisão de instituir o Dia do Evangélico como feriado obrigatório no calendário oficial da cidade. A data comemorativa passará a valer como ponto facultativo no dia 31 de agosto, a partir deste ano.

Até mesmo os parlamentares que haviam aprovado o feriado obrigatório - que foi decretado por maioria absoluta no final de maio - incluíram mudanças na lei do Dia do Evangélico, na sessão da última quarta-feira (24).

A proposta do feriado do Dia do Evangélico foi apresentada por Marcrean dos Santos (PRTB) ainda em dezembro do ano passado, mas só foi votada em plenário em março. Depois disso, seguiu para sanção do prefeito Mauro Mendes (PSB), que decidiu vetar o a data como mais um feriado obrigatório no calendário oficial do município. De volta à Câmara em maio, 19 dos 25 vereadores votaram pela derrubada do veto do prefeito e a lei municipal acabou sendo promulgada em junho pelo presidente da Câmara, Júlio Pinheiro (PTB).

Contrariado, Marcrean dos Santos avaliou a alteração como um retrocesso. "A lei não era ilegal nem imoral. Por que os evangélicos não podem ter esse reconhecimento?"

Por outro lado, surgiram diversas críticas por parte da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) diante da aprovação do projeto de lei, que alegou ter sido deixada de lado no debate a respeito do novo feriado. De acordo com a CDL, Cuiabá já teria feriados demais e instituir mais um acarretaria prejuízos ao comércio, sobretudo em um momento de crise econômica.

Uma nova proposta apresentada pela CDL, que institui o Dia do Evangélico como ponto facultativo, foi colocada em votação na sessão da última quarta-feira. A proposta recebeu 14 votos favoráveis e sete votos contrários, sendo que quatro vereadores preferiram não participar do voto.

Homenagem aos evangélicos

O vereador Marcrean Santos ressaltou que formulou a proposta de lei pensando nos comerciantes e, por isso, não escolheu uma data que pudesse prejudicar a movimentação no setor. “Eu me preocupei com a questão do comércio. Não criei uma lei aleatória”, disse ele.

Agora, Santos se diz decepcionado com a postura dos próprios colegas parlamentares de desistirem do projeto de lei que eles mesmos haviam aprovado por maioria, classificando o ato como um retrocesso para a imagem da Câmara.

“Respeito, mas não entendo a decisão dos nobres parlamentares de voltar atrás da própria decisão. Estou perplexo de presenciar uma situação dessa. Os evangélicos foram prejudicados, vejo como uma falta de respeito conosco. A lei não era ilegal nem imoral. Por que os evangélicos não podem ter esse reconhecimento? O que aconteceu me deixa muito entristecido. A Câmara deu com uma mão e tirou com a outra”, criticou o vereador.

É necessário?

Autor do projeto que inseriu mudança na lei do Dia do Evangélico, o vereador Renivaldo Nascimento (PDT) esclareceu que não tem nada contra a comunidade evangélica, mas defende que a criação de um novo feriado obrigatório seria um contrassenso nos dias de hoje. Segundo ele, a proposta é oportunista e eleitoreira.

"No momento que esse país vive, com crise e falta de emprego alarmante, e ainda mais em Cuiabá, com essas obras da Copa que levaram tantas empresas a entrar em recuperação judicial, nós vamos criar feriado? E ainda utilizando a comunidade dos evangélicos para justificar isso? Para homenagear, não é necessário criar feriados", argumentou o parlamentar.

Ele ainda justificou a mudança de atitude da Câmara criticando o fato de que o dia 31 de agosto não representa nada para a história da comunidade evangélica em Cuiabá ou no Brasil, sem qualquer fato específico que mereça ser lembrado. Segundo Nascimento, a data foi escolhida aleatoriamente e a Câmara se equivocou ao endossar o projeto de lei inicialmente. “Foi um erro da Câmara de Cuiabá e esse erro foi corrigido”, disse ele.

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