Com queda na bolsa, dólar atinge maior patamar desde dezembro de 2008

Investidores reagem à melhora de Dilma nas pesquisas; Petrobras recua mais de 9%. Cenário externo também influencia

Fonte: O GLOBO Atualizado: segunda-feira, 29 de setembro de 2014 às 15:34

Os investidores reagem de forma negativa à maior possibilidade de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o que faz com que o dólar suba e a Bolsa despenque. Às 12h15, o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, operava em queda de 3,94%, aos 54.958 pontos - na mínima chegou aos 54.124 pontos. Já o dólar comercial registrava alta de 1,28%, a R$ 2,4450 na compra e a R$ 2,4470 na venda, esse é o maior patamar desde o fim de 2008 - em 9 de dezembro, a moeda americana fechou a R$ 2,471. Na máxima, a divisa já atingiu R$ 2,48 no início dos negócios, mas na sequência apresentou um leve recuo.

— O mercado hoje reflete o quadro eleitoral. Quando a Dilma sobe, a Bolsa desmonta e o câmbio sobe firme — afirmou João Medeiros, diretor da Pionner Corretora de Câmbio.

Em geral, a maior parte do mercado financeiro é contrário à reeleição de Dilma, por entender que o seu governo é muito intervencionista e que a vitória da oposição poderia ser favorável a medidas que visem o crescimento da economia.

Na avaliação do sócio-diretor da Tática Asset Management, Ernesto Rahmani, esse movimento já era esperado e reflete a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira à noite, que mostrou o aumento da vantagem de Dilma sobre a candidata Marina Silva (PSB) nas intenções de voto para o segundo turno e também uma melhora no levantamento que avaliou o segundo turno.

— Aparentemente o mercado está desembarcando do cenário de uma vitória de Marina Silva. Além do cenário eleitoral, o ambiente internacional está menos favorável. Há um movimento global de fortalecimento do dólar, mas aqui é mais intenso por causa das eleições — disse.

Segundo dados compilados pela Bloomberg, o real é a moeda que apresenta a maior desvalorização frente ao dólar. No entanto, de uma cesta com 24 moedas de países emergentes, apenas seis tem vantagem em relação ao dólar. O esperado aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e o fraco crescimento da economia Europeia contribuem para esse cenário.

PETROBRAS DERRETE

Nesse cenário, as ações mais atingidas são a da Petrobras. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) caem 9,16% e os ordinários (com direito a voto) recuam 8,82%. Os papéis de outras estatais também são atingidos. As ações sem direito a voto da Eletrobras recuam 3,60% e as com têm queda de 4,77%. Já no caso do Banco do Brasil, a desvalorização é de 6,20%. Outros bancos também têm forte queda, sendo que Itaú Unibanco cai 6,52% e Bradesco cai 6,27%.

As ações da Vale também operam em queda, após a tonelada do minério de ferro, seu principal produto, ter atingido US$ 77,97 na China, segundo dados da Bloomberg. Os papéis preferenciais da mineradora caem 0,79% e os ordinários recuam 0,33%.

A BM&FBovespa mostrou que no mês até o dia 24 de setembro, o salto positivo de investidores na Bolsa era de R$ 3,965 bilhões, acima dos R$ 1,918 bilhão registrados em agosto. No ano, o montante já está próximo aos R$ 22 bilhões, já acima do recorde de 2009. O cenário de forte volatilidade causado pelas eleições têm atraído investidores, assim como o excesso de liquidez global, enquanto os juros no exterior ainda estão em patamares baixos.

No exterior o pregão também é de queda. O índice DAX, de Frankfurt, opera com recuo de 1,06%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, cai 0,68% e o FTSE 100, de Londres, tem desvalorização de 0,12%. Nos Estados Unidos, Dow Jones tem queda de 0,30% e o Nasdaq está praticamente estável, com leve variação positiva de 0,02%.

 

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