Copom deve manter taxa estável após 13 meses de alta nos juros

Copom deve manter taxa estável após 13 meses de alta nos juros

Fonte: Globo.comAtualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:01
taxa de juros
taxa de juros

jurosApós 13 meses e nove elevações consecutivas nos juros básicos da economia brasileira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa Selic estável, no atual patamar de 11% ao ano, na reunião desta quarta-feira (28), segundo expectativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro coletada na última semana pelo próprio BC.
Quando o ciclo de alta começou, em abril do ano passado, os juros estavam na mínima histórica de 7,25% ao ano. Desde então, avançaram 3,75 pontos percentuais. A previsão do mercado financeiro é de que a taxa básica permaneça em 11% ao ano até dezembro deste ano - quando deve avançar para 11,25% ao ano.

Sinalizações do BC
A expectativa dos analistas para a manutenção dos juros nesta quarta-feira se consolidou somente após sinalizações do próprio BC, contidas na ata da última reunião do Copom, e também depois de indicações do presidente da instituição, Alexandre Tombini, de que a taxa poderia ser mantida. O BC tem avaliado que parte "relevante" do aumento de juros implementado desde abril do ano passado ainda não não surtiu o efeito desejado na inflação.

Por outro lado, o próprio mercado financeiro estimou, na semana passada, que Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a "inflação oficial", deverá somar 6,47% neste ano, ou seja, muito próximo do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação.
"O mercado faz um jogo cínico. De um lado, aposta que não haverá alta de juros agora e, do outro, diz que a inflação vai bater no teto e que o Banco Central vai subir os juros no final de 2014 e em 2015. É como se dissesse: o Banco Central não tem independência e vai obedecer a agenda eleitoral como se fosse um órgão do governo", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Para o economista, que avalia que o BC tem feito um "ótimo trabalho" e diz não concordar com a avaliação do mercado de que a autoridade monetária não teria independência, o "mais correto", porém, seria o Copom subir a taxa de juros para 11,25% ao ano nesta quarta-feira para "antecipar o movimento que o próprio mercado entende como inevitável".

Metas de inflação
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
No fim de março, o BC avaliou, por meio do relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, que a inflação ainda mostrava "resistência" e que uma "fonte relevante de risco para a inflação" estava no comportamento das expectativas dos analistas dos bancos e do setor produtivo, impactadas pela dispersão de aumentos de preços e pelas incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e os de alguns serviços públicos, como eletricidade".
A autoridade monetária também subiu, no fim de março, de 4,5% para 5% sua projeção para os chamados "preços administrados" - que contemplam, entre outros, ônibus interestaduais, energia elétrica residencial, água, planos de saúde, serviços farmacêuticos e telefonia e gasolina - neste ano. Em 2013, os preços administrados subiram bem menos: 1,5%.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições