Gabriel Medina lamenta eliminação mas avisa: "Mal posso esperar pelo Havaí"

Líder do ranking cai diante do americano Brett Simpson na 3ª fase e adia sonho de faturar o inédito título mundial para o Brasil na etapa portuguesa do WCT, em Peniche

Fonte: Globoesporte.comAtualizado: segunda-feira, 20 de outubro de 2014 às 10:48
Medina fala com a imprensa
Medina fala com a imprensa

Antes de entrar no mar, Gabriel Medina foi cercado por uma torcida apaixonada. Era como se ele estivesse no Brasil. Após ouvir sua música, fez o ritual de praxe. Se ajoelhou na areia, rezou e ficou de olhos fechados sobre a prancha, como se não houvesse nada ao seu redor - apesar das cerca de 10 mil pessoas nas areias. Sentia a energia dos portugueses. Queria conquistar o primeiro título mundial para o Brasil ali, na mesma praia em que perdeu uma final polêmica para o australiano Julian Wilson. Desta vez, a situação era outra. No auge da carreira, dependia apenas de si mesmo para chegar ao topo, com uma etapa de antecedência, bastava vencer em Peniche. No entanto, foi surpreendido por uma zebra. Número um do mundo, Medina caiu diante do americano Brett Simpson, 32 do ranking. Apesar da derrota, nada esta perdido. A decisão do WCT 2014 será em Pipeline, no Havaí, a partir de 8 de dezembro.

- Ouvia os gritos quando estava ali sentado na areia, era muita gente do meu lado, uma torcida gigante. Portugal e Brasil são muito parecidos em termos de torcida, comida e da língua. Tive um suporte gigante. Não queria ter ido tão mal assim, mas acontece, é competição. Já ganhei bastante, já perdi bastante. O meu dia a dia é assim. Eu estava pronto para vencer em Portugal, mas estou preparado para o Havaí. Mal posso esperar pelo Havaí - disse Medina. 

Ainda restando dois minutos para o fim da bateria contra Brett Simpson, Medina saiu do mar. Achou que tinha virado, no entanto, quando ouviu que a nota não tinha sido suficiente (precisava de 5,78, mas tirou 5,07), deixou a praia, visivelmente abalado. Caminhou até uma saída alternativa com passos nervosos, nem se trocou e entrou no carro com a família sem falar com ninguém. Foi para o hotel em que está hospedado, tomou um banho e voltou para conversar com os jornalistas. 

- Eu achei que tinha conseguido a pontuação na minha última onda, por isso, saí do mar. Infelizmente, não foi suficiente. Queria muito ganhar aqui, ia ser legal comemorar com todo mundo, mas, Deus sabe o que faz. Não acabou, ainda preciso de um resultado e dependo apenas de mim. Vou me concentrar e treinar mais. Ainda não assisti à minha bateria, mas sei que precisava de um 5,78. Eu assisti à onda dele por trás e da última para a minha não foi muito longe - revelou  o jovem de 20 anos. 

Embora triste pela despedida precoce, Gabriel pode comemorar ao menos a eliminação de Kelly Slater, seu principal rival na corrida pelo título. Na bateria seguinte, o americano caiu diante do espanhol Aritz Aranburu, 30 do ranking, e, irritado, quebrou a prancha em três partes ao sair do mar. Dono de 11 títulos mundiais, Slater tinha uma chance de ouro para encostar ou até mesmo ultrapassar o brasileiro e seguir para o Havaí, a última etapa da temporada, em uma posição confortável. Como somou os mesmos 1.750 pontos que Medina pela 13ª colocação em Peniche, Kelly continua 6.500 pontos atrás do brasileiro. 

Sem Medina e Slater na disputa, três brasileiros ainda brigam pelo título em Peniche. Filipe Toledo e Alejo Muniz estão na terceira rodada, enquanto Adriano de Souza, o Mineirinho, já avançou ao quarto round.  

Após a etapa Prime do WQS em Maresias, de 3 a 9 de novembro, Medina embarcará para o North Shore de Oahu, no Havaí, para se preparar para a última e decisiva etapa do WCT.

 

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