CPI da Petrobras faz sessão para ouvir ex-gerente Pedro Barusco

Em delação, ele disse que até R$ 200 mi foram pagos ao PT em propina. Defesa quer que audiência de delator ocorra em sessão secreta.

Fonte: Globo.comAtualizado: terça-feira, 10 de março de 2015 às 11:33

A CPI da Petrobras fará nesta terça-feira (10) a partir das 9h30 uma sessão para ouvir o ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco. Ele será o primeiro convocado que comparecerá ao colegiado para prestar depoimento. Na última quinta-feira (5), a comissão convocou também os ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e Sergio Gabrielli, entre outros nomes da estatal e de empreiteiras. Ainda não há data definida para os depoimentos.

A audiência com Barusco na CPI interessa tanto a petistas quanto a tucanos. Em seu acordo de delação premiada, ele acusou o PT de receber entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina oriunda de contratos da estatal. Ele afirmou que os valores se referem a propina em 90 contratos da Petrobras com grandes empresas fechados entre 2003 e 2013, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Por outro lado, Barusco disse que começou a receber propinas de empresas em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

A sessão que deverá ouvir Barusco nesta terça começará com uma indefinição. A defesa do ex-gerente da Petrobras apresentou um pedido à CPI para que a sessão em que ele prestará depoimento seja secreta, ou seja, só com a presença de parlamentares. O presidente da comissão, no entanto, quer que a sessão seja reservada, o que possibilitaria também a presença de taquígrafos e assessores parlamentares. A decisão caberá aos membros da CPI.

No requerimento que solicita a sessão secreta, a advogada Beatriz Catta Preta usa como base um artigo da lei sobre organizações criminosas que prevê que o colaborador não seja fotografado ou filmado sem a sua autorização prévia. Barusco fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Na semana passada, a CPI chegou a enviar um ofício à Justiça Federal no Paraná pedindo autorização para que Barusco fosse ouvido pela comissão - a informação do colegiado era de que ele estava em prisão domiciliar. No entanto, por conta do acordo com os promotores, Barusco está solto e a convocação foi, então, encaminhada para a defesa dele.

Abertura de inquéritos
Na última sexta-feira (6), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para investigar 49 pessoas - das quais 47 políticos - suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato.

A presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, foram citados em depoimentos de delatores, mas tanto a Procuradoria Geral da República quanto o ministro Zavascki entenderam que a investigação em relação a ambos não se justificava.

Entre os que serão investigados, há 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora, pertencentes a cinco partidos, além de dois dos chamados "operadores" do esquema – o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano".

 

 

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