Aluna da UFRRJ sofre tentativa de estupro nos arredores da universidade

Estudantes ouviram gritos antes de a jovem ‘cheia de sangue nas mãos’ pedir socorro; em vídeo, ela fala sobre o crime

Fonte: O GLOBO Atualizado: quinta-feira, 2 de outubro de 2014 às 17:43
Ambulância atende aluna atacada nas próximidades do campus da UFRRJ
Ambulância atende aluna atacada nas próximidades do campus da UFRRJ

Uma aluna da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foi atacada, na manhã desta quinta-feira, nos arredores do campus da instituição, em Seropédica. Em redes sociais, alunos relatam que ouviram gritos antes de uma jovem “cheia de sangue nas roupas e nas mãos” surgir de uma trilha próxima ao Instituto de Florestas, contando que havia sofrido uma tentativa de estupro e pedindo ajuda.

Segundo informações preliminares da Polícia Militar de Seropédica, a estudante passava por uma ciclovia próxima à universidade, quando foi ameaçada por um homem munido de uma faca. Ele tomou os pertences dela e chegou a tentar estuprá-la. A vítima sofreu ferimento em um dos dedos com a faca. Policiais também disseram que, ao perseguirem o acusado, ele tentou se desfazer da faca e dos pertences roubados, mas o material foi recuperado. O suspeito foi capturado e levado à 48ª Delegacia de Polícia de Seropédica, onde a vítima também presta depoimento.

A vítima de 20 anos não teve a identidade revelada. Após o ocorrido, deitada na ambulância, ela conta que estava indo para a aula, por volta das 10h, quando foi abordada por um homem de casaco azul que estava segurando uma faca. Segundo ela, o rapaz gritou dizendo que iria estuprá-la, e tentou agarrá-la.

- Estava indo para a aula quando vi esse cara com uma faca na mão ameaçando me estuprar. Eu ainda ofereci dinheiro, mas ele disse que não queria. Fiquei empurrando, mas ele chegou a encostar a faca na minha barriga e abaixar as calças dele.

Toda a ação durou cerca de 20 minutos, até o momento em que policiais tentaram abordar o rapaz, dando início à persegução pela a mata.

A aluna de engenharia florestal Aline Miranda testemunhou o momento do ataque, que ocorreu por volta de 10h10m.

- Eu estava indo a pé para a Rural e avistei uma pessoa de blusa azul em pé, na trilha que fica próxima ao Instituto de Florestas. Quando voltei, ouvi gritos e vi o homem de azul tentando segurar a menina - contou a estudante de 22 anos. - Na mesma hora, passava um carro da guarda da universidade. Acenei, mas eles não viram. A ciclovia estava vazia. Fiquei sem reação na hora e com muito medo, incapaz de ajudar.

Criadora da página “Abusos cotidianos - UFRRJ”, que, justamente, coleta relatos de ataques ocorridos na universidade, a estudante de psicologia Ellen Mariane contou que, segundo relatos de colegas, a jovem saiu gritando de dentro de umas das trilhas que leva à universidade. Ela sangrava e dizia que tinha sido atacada por um homem.

- Ela foi atendida por uma ambulância e havia muitos policiais militares no local - comentou Ellen, reclamando que ataques são frequentes na área, principalmente com mulheres. - É o tempo todo, a qualquer hora.

A UFRRJ ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas informou que já está apurando os fatos junto à guarda do campus. Assaltos e agressões sexuais, no entanto, são comuns nos arredores da UFRRJ.

No mês passado, a estudante de zootecnia Maiara Viana Dias foi assaltada quando caminhava de casa, no bairro Boa Esperança, para a universidade, trajeto que geralmente percorre em poucos minutos. Ela estava com uma amiga, mas a companhia não intimidou o agressor.

- Um homem de bicicleta que aparentava ter em torno de 40 anos nos abordou, puxou uma faca e mandou entregarmos os celulares e dinheiro - lembra a estudante de 25 anos. - Mesmo em grupos de até três pessoas, alunos costumam ser assaltados, principalmente as mulheres.

Segundo a jovem, a ciclovia nos arredores da universidade, onde ela foi assaltada, é um local extremamente inseguro.

- Eu costumava ir de bicicleta para a faculdade, mas não posso mais. As ciclovias são o maior alvo dos assaltantes e estupradores - conta Maiara.

 

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