ANAC PODE MULTAR GOL E INFRAERO EM ATÉ R$ 300 MIL POR IRREGULARIDADE EM EMBARQUE DE CADEIRANTE

O CASO CHAMOU A ATENÇÃO PORQUE, POR FALTA DE EQUIPAMENTO ADEQUADO DA COMPANHIA E DO AEROPORTO, KATYA HEMELRIJK DA SILVA - QUE É CADEIRANTE - SUBIU AS ESCADAS DE EMBARQUE "DE BUMBUM", CONFORME ELA DESCREVEU

Fonte: globo.comAtualizado: terça-feira, 2 de dezembro de 2014 às 22:39
KATYA HEMELRIJK DA SILVA SE ARRASTA PARA EMBARCAR NO AVIÃO DA GOL (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)
KATYA HEMELRIJK DA SILVA SE ARRASTA PARA EMBARCAR NO AVIÃO DA GOL (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

KATYA HEMELRIJK DA SILVA SE ARRASTA PARA EMBARCAR NO AVIÃO DA GOL (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou hoje (02/12), por meio de nota, que autuará os responsáveis pelo embarque inadequado da passageira Katya Hemelrijk da Silva em voo ocorrido na manhã de ontem. O caso chamou a atenção porque, por falta de equipamento adequado da companhia e do aeroporto, Katya - que é cadeirante - subiu as escadas de embarque "de bumbum", conforme ela descreveu. A ANAC solicitou que tanto a GOL Linhas Aéreas quanto a Infraero prestem informações sobre o ocorrido e afirmou que o caso poderá gerar até R$ 300 mil em multas. 

"As irregularidades na conduta da companhia e/ou do operador perante à Resolução nº. 280/2013 da ANAC, que trata de passageiros que demandam atendimento especial no transporte aéreo, resultarão em autuações que podem gerar até R$ 300 mil em multas para a empresa aérea e ao operador do aeroporto", afirmou a agência por meio de um comunicado oficial. 

 

Entenda o caso
Era para ser uma viagem como todas as outras: a coordenadora de comunicação da Natura, Katya Hemelrijk da Silva, iria embarcar na manhã de ontem com o marido Ricardo Severiano da Silva para São Paulo, após um final de semana em Foz do Iguaçu. Mas não saiu conforme eles planejaram. No aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, Katya, que é cadeirante, passou nervoso após não conseguir embarcar em um avião da GOL Linhas Aéreas devido a falta do Stair Trac ou ambulift - equipamento utilizado para transportar cadeirantes para o interior do avião. Em publicação no Facebook, Katya contou que, devido a falta do equipamento, ela subiu as escadas se arrastando mesmo. "Só não foi pior porque a tripulação e os demais funcionários estavam tão indignados quanto nós e nos ajudaram no que foi preciso, inclusive resgatar a mala que já estava despachada para que eu pegasse uma calça", escreveu. Em nota, a GOL afirmou que o equipamento de transporte, Stair Trac, da base de Foz de Iguaçu "não estava disponível para uso na manhã de ontem e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076". A companhia afirmou também que tentou conseguir o equipamento com outras empresas e ofereceu alternativas de embarque para a cliente que "optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da companhia" . "A GOL lamenta o ocorrido e informa que tomará as medidas necessárias para evitar que casos como este voltem a acontecer", afirmou. 

A reportagem tentou entrar em contato com Katya, mas até o momento não obteve retorno. 

Repercussão
A publicação da executiva tem mobilizado as redes sociais. Com grande repercussão, Katya publicou nesta tarde um novo post no Facebook sobre o ocorrido. Ela afirmou que já conversou com a GOL e que não possui "a mínima intenção em processar" a companhia. Também disse que não publicou a foto para causar algum "tipo de sensacionalismo". "Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento (mesmo porque estamos prestes a receber uma Paraolimpíada). Processar a Gol, seria apenas mais um processo para uma empresa desse porte. O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem mais simples do que muitos imaginam".

Katya, que tem dois filhos, também esclareceu que possui a doença Osteogenisis Imperfeita, mais conhecida como 'Ossos de Vidro' porque causa a fragilidade das estruturas ósseas. "O fato de ser carregada por qualquer pessoa, inclusive pelo meu marido em uma situação como essa (escada íngreme, com piso de alumínio e úmida devido ao sereno da madrugada), gera um risco que eu não estou disposta a correr", escreveu. A subida sozinha, afirmou, foi a melhor opção encontrada já que "os movimentos estão sob meu controle e eu conheço meus limites". 

Ela confirmou que pediu que seu marido a fotografasse no momento da subida, "assim como pediria em qualquer situação: na cadeira, colo ou aguardando na sala de embarque para a chegada de uma cadeira". 

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