Em São Luís, greve dos rodoviários chega ao 12º dia

Em São Luís, greve dos rodoviários chega ao 12º dia

Fonte: Globo.comAtualizado: segunda-feira, 2 de junho de 2014 às 12:37
Parada de ônibus vazia na Avenida Colares Moreira
Parada de ônibus vazia na Avenida Colares Moreira

Parada de ônibus vazia na Avenida Colares MoreiraO impasse entre empresários e rodoviários permanece e a paralisação total dos ônibus continua em São Luís. A greve chega ao 12° dia nesta segunda-feira (2). Nesse domingo (1°), representantes da classe dos empresários estiveram reunidos com o secretário municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), Canindé Barros.
Ao G1, Barros disse que a classe patronal não acredita na melhora do sistema de transporte público. “Eles estão trabalhando com suposições. É preciso trabalhar com o que já foi acordado nas reuniões com os trabalhadores, o Ministério Público e o Ministério Público do Trabalho”, afirmou o secretário.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema) diz aguardar uma nova tentativa de negociações. “Estamos na expectativa de sermos chamados”, garantiu o presidente Gilson Coimbra.

Em outra em entrevista ao G1, o presidente do Sttrema já confirmava que, como não houve rodada de negociações no fim de semana, a previsão é de que pelo menos até a manhã desta segunda-feira, a frota continue 100% paralisada.

“Nós queremos resolver. Tanto é que chegamos a baixar a proposta para menos de 9%. No caso, na última reunião, os empresários chegaram a aceitar a proposta, mas voltaram atrás depois de conversa em particular para acertar detalhes com a prefeitura. Podiam ter evitado três dias de paralisação total", disse Gilson Coimbra.
Os rodoviários reivindicam 11% do reajuste salarial (proposta anterior de 16% foi reduzida), reajuste do vale-alimentação para R$ 500,00 por mês, inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação de plano odontológico.

Impacto da greve no comércio
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Luís, foi registrada uma queda de 80% das vendas do comércio ludovicense somente nos três primeiros dias de paralisação total da frota.

Alternativas
Sem ônibus, os usuários de transporte coletivo precisam recorrer ao transporte alternativo das vans, táxis, táxis-lotação, moto-táxis, caronas ou mesmo ao transporte clandestino e, por vezes, arriscado.
Alguns passageiros são transportados em compartimentos de cargas de veículos. Além de representar perigo, o transporte de pessoas em carrocerias de veículos corresponde a uma infração grave, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Segundo o artigo 230 da legislação, o motorista que for flagrado nessa situação está sujeito a multa no valor de R$ 127,69 e ainda perde cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A greve
O movimento grevista foi iniciado no dia 22 de maio, após uma série de reuniões entre os Sindicatos dos Rodoviários e das Empresas (SET). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelos trabalhadores. O SET afirma não ter condições de ceder qualquer aumento, e atribuiu a resolução do caso à Prefeitura de São Luís.

A Prefeitura de São Luís já descartou a possibilidade de aumento no valor das passagens de ônibus. Durante a primeira audiência do dissídio coletivo, realizada na quarta-feira, o município sugeriu o combate às fraudes nas gratuidades e meias-passagens, o fim da chamada 'Domingueira' (gratuidade), além da redução do ICMS para combustíveis, o que pode representar um ganho de aproximadamente R$ 2.125.000 por mês ao setor.
"Aumento de passagens descartado, porque o sistema não comporta. O sistema está todo quebrado. Eles só rodam 75% da frota que deveriam rodar, então, para que dar um aumento de tarifas?", questionou o secretário de Trânsito e Transportes de São Luís, Canindé Barros.

Multa do TRT-MA
Por descumprir a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) – de manter 70% da frota em circulação – o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) já acumula mais de R$ 672 mil em penalidades pelos dias em que não circulou o mínimo estabelecido pela Justiça.

A desembargadora chegou a este cálculo após ser comunicada oficialmente pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT). Pelos números repassados pela secretaria, no primeiro dia de greve (22 de maio) apenas 35% da frota de ônibus circulou por São Luís. No dia seguinte (23), 59%; no sábado (24) e domingo (25) a frota circulou normalmente; na segunda (26), 63%. Já na terça (27), quarta-feira (28), quinta (29) e sexta-feira (30) a paralisação foi de 100%.
De acordo com a SMTT, a frota de ônibus do sistema de transportes coletivo de São Luís corresponde a 1.185 veículos que atendem a 740 mil usuários por dia.

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