Reunião termina sem acordo e São Luís amanhece sem ônibus pelo segundo dia

Reunião termina sem acordo e São Luís amanhece sem ônibus pelo segundo dia

Fonte: Globo.comAtualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:01
Terminal de Integração da Praia Grande amanheceu vazio em São Luís
Terminal de Integração da Praia Grande amanheceu vazio em São Luís

São Luís amanheceu totalmente sem ônibus nas ruas pelo segundo dia consecutivo na manhã desta quarta-feira (28). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) Gilson Coimbra confirmou, no início da manhã, que a categoria vai continuar a paralisação total da frota na capital maranhense até que a situação dos trabalhadores seja resolvida.

"Continua hoje cem por cento. Só vamos voltar a rodar quando resolver a situação dos trabalhadores e esperamos que hoje resolva a situação. Ontem, baixamos nossa proposta e agora estamos nas mãos da prefeitura e da classe patonal. O trabalhador quer trabalhar", declarou Coimbra, em entrevista Rádio Mirante AM.

Em reunião de quatro horas de duração na noite dessa terça-feira (27), representantes dos rodoviários e do Sindicato das Empresas de Transporte (SET) não chegaram a um consenso quanto ao reajuste salarial e outros benefícios exigidos pela categoria. Além dos sindicatos, a rodada de negociação reuniu - na sede da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) - representantes dos ministérios públicos Estadual (MP-MA) e do Trabalho (MPT-MA), Prefeitura de São Luís e Governo do Estado.

Os rodoviários apresentaram uma segunda proposta diminuindo o percentual de reajuste de 16% para 11% e mantendo os pedidos de reajuste do ticket-alimentação para R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação do plano odontológico. Mesmo assim, os empresários não cederam.

O SET exigiu um pagamento mensal de R$ 4 milhões da Prefeitura de São Luís para diminuiria o prejuízo alegado pelos empresários. No entanto, o secretário Canindé Barros (SMTT) disse que o Executivo não pode bancar o repasse, apenas medidas em médio e longo prazo, como a instalação de um sistema biométrico facial que ajudaria a identificar os usuários dos cartões de transporte e os que possuem direito ao passe livre. Outra proposta a ser estudada, em parceria com o governo estadual, é a diminuição no ICMS cobrado sobre o valor do óleo diesel.

Multa do TRT-MA
Nessa terça-feira (27), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) aplicou multa de R$ 384 mil ao Sindicato dos Rodoviários pelo não cumprimento de decisão proferida pela desembargadora do TRT-MA Ilka Esdra, que determina que 70% da frota circule em São Luís durante a greve. A penalidade é referente aos quatro dias em que os rodoviários não cumpriram a liminar. Segundo a SMTT, na quinta-feira (22), apenas 35% da frota de ônibus circulou, enquanto na sexta (23) foram 59%; no sábado (24), 63%; no domingo (25), normalmente; na segunda (26), 63%; e, na terça (27), a paralisação foi total.

Além da multa, o novo despacho da desembargadora determina que o movimento grevista cesse imediatamente. No entanto, até o momento, o Sindicato dos Rodoviários foi oficialmente notificado da multa no valor de R$ 96 mil referente apenas ao primeiro dia de paralisação.

Paralisação
O movimento grevista foi deflagrado após uma série de reuniões entre o Sindicato dos Rodoviários e o das Empresas (SET). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelo rodoviários. Os trabalhadores pedem 16% de aumento salarial; reajuste do ticket-alimentação para R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação do plano odontológico.

Durante as negociações, o SET não apresentou propostas. Em entrevista coletiva realizada no primeiro dia do movimento, o presidente do SET, José Luiz de Oliveira Medeiros, disse que os empresários não têm como bancar qualquer reajuste ou benefício. Segundo ele, desde o fim de 2009, a cada mês os empresários acumulam um prejuízo superior a R$ 9 milhões. “Lamentavelmente ir para uma negociação sem condições de oferecer nada é desgastante para as duas partes. Por isso é que não foi possível esse entendimento”, argumentou.

 

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