Secretaria e sindicato negociam paralisação de ônibus entre 10 e 12h

Sindicato celebrou avanço em reunião, mas diz que ainda consultará base. Categoria e secretário da Segurança Pública se reuniram nesta terça (4).

Fonte: Globo.comAtualizado: quarta-feira, 5 de novembro de 2014 às 10:13
Secretaria e sindicato negociam paralisação de ônibus entre 10 e 12h
Secretaria e sindicato negociam paralisação de ônibus entre 10 e 12h

Secretaria e sindicato negociam paralisação de ônibus entre 10 e 12hA paralisação de ônibus prevista para ocorrer em São Paulo na quarta-feira (5) deve ser reduzida em duas horas, segundo acordo fechado entre representantes do sindicato e do governo de São Paulo.

De acordo com representantes do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano (Sindmotoristas), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) se comprometeu em analisar propostas da categoria para diminuir ataques a ônibus na cidade de São Paulo.

Em contrapartida, o sindicato se comprometeu a levar para os motoristas, ainda na madrugada de quarta-feira, a proposta de concentrar o ato entre 10 e 12h. Inicialmente, a paralisação está convocada para ocorrer entre 10h e 14h.

“A gente vai conversar com os trabalhadores de madrugada. A ideia é buscar saída para essa questão para que a gente possa avançar nessas questões”, disse Edvaldo Santiago Silva, secretário-geral do sindicato.

Segundo Edvaldo, os motoristas querem uma delegacia específica para investigar os ataques, uma comissão permanente entre sindicato e secretarias, além de um número de telefone específico para denúncias e a flexibilização de itinerários em caso de risco de ataques. Os motoristas também querem reforço do efetivo após ações policiais em áreas de maior vulnerabilidade.

O secretário disse que nova reunião deve ser agendada nos próximos dias para debater as reivindicações. "Na nossa opinião, (a reunião de hoje) foi um avanço importante", disse Edvaldo.

Em nota, a SSP informou que o secretário Fernando Grella Vieira "se comprometeu a criar uma comissão formada por pelos sindicatos dos trabalhadores, empresários, além de representantes dos poderes estadual e municipal para buscar soluções conjuntas para a questão."

Além disso,  a secretaria disse que as polícias Civil e Militar fizeram um balanço das ações que estão sendo adotadas para identificar os responsáveis pelas ações criminosas. "Já foram presos no Estado 78 criminosos que atuarem em ataques contra coletivos, dos quais 58 deles somente na Capital", informa a secretaria.

Estopim do protesto
O estopim do protesto, segundo o sindicato, foi a morte do motorista John Carlos Soares Brandão, que teve o corpo queimado quando dirigia um ônibus em uma linha da Viação Santa Brígida, no Parque São Domingos, na Zona Norte. A SSP afirma que o responsável pelo ataque foi preso.

O veículo foi invadido por criminosos no dia 18 de outubro. Segundo relatos, eles jogaram combustível no motorista, que demorou para sair do ônibus porque teve dificuldades para soltar o cinto de segurança. O condutor ficou quatro dias internado no Hospital Estadual de São Mateus, na Zona Leste, mas morreu.

Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), desde o início deste ano foram incendiados 119 ônibus e outros 795 sofreram algum tipo de vandalismo. No ano passado, foram incendiados 65 coletivos e 1216 alvos de vandalismo.

Ato no Terminal Parque Dom Pedro
Além de paralisar os 32 terminais da cidade, o grupo pretende fazer um ato nas redondezas do Terminal Parque Dom Pedro 2º, na região Central. Com a manifestação, a circulação dos veículos será interrompida.

“O motivo é para protestar contra esses incêndios nos ônibus. A própria população está sendo atacada covardemente. Nós não estamos questionando o bem material, estamos questionando o bem que é a vida”, afirmou o presidente do Sindmotoristas, José Valdevan de Jesus Santos, conhecido como Noventa.

“Nós não queremos que aconteça o pior para nós reagirmos. Por isso, queremos que a população também venha participar”, disse Noventa. O sindicato distribuiu panfletos nos ônibus convocando a população, através de ONGs, igrejas e comunidades, para participar.

De acordo com o Sindmotoristas, a frota de ônibus da capital conta com 14,8 mil veículos, sendo que 8,8 mil são operados pelas empresas aos quais os funcionários são ligados ao sindicato da categoria. Segundo balanço do sindicato, pelo menos dez motoristas e cobradores tiveram queimaduras durante incêndios aos veículos neste ano. “A nossa categoria está amedrontada com essas ações covardes que vem acontecendo”, relatou.

Protestos
No dia 23 de outubro, os motoristas e cobradores fecharam quatro terminais nas Zonas Oeste e Norte para protestar contra a morte de John Carlos Soares Brandão. Foram afetados os terminais Pirituba, Lapa, Cachoeirinha, Casa Verde e Barra Funda.

Em maio deste ano, a paralisação atingiu metade dos terminais da cidade e afetou milhares de passageiros. Na ocasião, funcionários da empresa Santa Brígida furaram pneus de ônibus no Largo do Paiçandu durante manifestação contra o reajuste salarial aceito pela categoria após proposta das empresas. A diretoria do Sindicato dos Motoristas de São Paulo disse que não teve nenhuma relação com a paralisação e foi surpreendida com o movimento.

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