Secretário diz que Cota da Cantareira irá acabar em 52 dias

2ª parte do volume morto não deve ser usada antes de 21 de novembro. Mauro Arce afirmou que captação de reserva só ocorrerá quando nível zerar.

Fonte: Globo.comAtualizado: quinta-feira, 25 de setembro de 2014 às 18:53
Reservatórios do Sistema Cantareira tiveram queda no nível com a crise hídrica
Reservatórios do Sistema Cantareira tiveram queda no nível com a crise hídrica

O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou nesta quinta-feira (25) que o atual volume de água do Sistema Cantareira abastece a população até novembro. “Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria mais 52 dias. Isso aí dá até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho hoje”, disse. O sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.

Durante visita às obras do Parque Várzeas do Tietê, na Zona Leste da capital paulista, Mauro Arce também informou que a segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Cantareira deve ser usada apenas quando os reservatórios secarem.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), as bombas estão prontas para iniciar a captação de outra parte do volume abaixo das comportas na represa Jaguari-Jacareí.

“É quando zerar”, disse Arce, ao ser questionado sobre um possível limite ou marca de emergência para início da exploração.
Nesta quinta-feira, o nível dos reservatórios do Cantareira era de 7,4%, já com o uso da primeira cota do volume morto, retirada desde maio. O plano do governo é “adiar o máximo” o início do bombeamento para que não sejam gastos esforços necessários.

Mauro Arce disse que só vai utilizar a reserva técnica “se realmente houver necessidade”. “Mês de setembro, outubro e novembro, não existe nenhum mês que não choveu durante 84 anos, alguma chuva vem”, disse.

Três ações fazem parte da estratégia estadual em curto prazo para amenizar a crise: bônus na conta de água, uso de outras represas como alternativa ao Cantareira para o abastecimento de determinados bairros e a redução na pressão da água distribuída à noite.

Críticas
Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o governo paulista não tem alertado a população sobre a real crise hídrica no estado.

“Eu penso que é o problema é não apontar a gravidade da situação concretamente para a população. Se nós tivermos um ano parecido com esse, nós não teremos uma resposta satisfatórias na região metropolitana no ano de 2015”, afirmou.

O secretário estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, reagiu à declaração e disse que há planejamento. “Não estamos escondendo nada de ninguém. Está na cara que existe um problema”, completou. Segundo Arce, a adoção de um rodízio no abastecimento da Grande SP seria uma alternativa pior às medidas já adotadas.

A ANA também anunciou na semana passada sua saída do grupo técnico formado por órgãos reguladores para auxiliar o governo paulista em sua gestão do Sistema Cantareira, o GTAG. Segundo o diretor-presidente da agência, o secretário estadual de Recursos Hídricos tem descumprido o acordo sobre a redução da vazão captada do Sistema Cantareira.

Durante o evento em São Paulo, Vicente Andreu apresentou um e-mail no qual Mauro Arce se comprometia a diminuir o volume de água retirado das represas a partir de junho. Em nota, a Secretaria de Recursos Hídricos lamentou o vazamento de um documento de comunicação interna e disse que espera o retorno da agência ao GTAG.

 






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