Diretor diz que 'Hercules' é filme para a família e que nenhuma criança irá sair chorando do cinema

Fonte: UOL Atualizado: quinta-feira, 4 de setembro de 2014 às 14:28
Dwayne Johnson se distancia de The Rock
Dwayne Johnson se distancia de The Rock

Na cena mais icônica de "Hércules", que estreia nesta quinta-feira (4) no Brasil, o herói está preso a correntes, jogado em um calabouço, tem seu caráter questionado e suas façanhas desdenhadas. É um momento em que o guerreiro precisa usar sua força mortal para superar o peso do poder divino que reza sua lenda. Fora da tela, o ápice emocional também atingiu em cheio Dwayne Johnson, o intérprete: o ator caiu desmaiado no set.

O momento de libertação do personagem levou Johnson a um esforço extremo, e foi a cena que mais exigiu do ator, durante uma filmagem intensa. Antes de iniciar as cenas em Budapeste, na Hungria, ele se submeteu a uma preparação física árdua, dieta restrita, comprometimento integral. Uma rotina que o obrigava, por exemplo, a levantar às 3h da manhã para fazer a primeira sessão de musculação, seguida de café-da-manhã e mais musculação. Tudo para dar vida ao personagem que o ator considera seu sonho de infância.

O ator californiano de 42 anos, já famoso pelas medidas monumentais, foi quem pediu o papel ao diretor Brett Ratner. Quando o convenceu, quis seis meses "para ficar realmente grande como devia ser", contou o ator ao UOL. O cineasta ri quando lembra do encontro inusitado. "Eu não sabia se Dwayne estava brincando ou falando sério. Você já viu o tamanho do braço dele? Dá para imaginar ficar maior ainda? Eu não acreditava". Cinco meses e meio depois, Ratner se surpreendeu com um Dwayne Johnson agigantado, veias saltadas e músculos hipertrofiados a ponto de explodir. No ponto de Hércules.

Lesão no ringue de luta

Mas a imprudência de 45 minutos em um ringue de luta colocou todo o projeto em risco. A duas semanas de começarem as filmagens, Johnson rompeu dois tendões da pélvis em um confronto pelo WWE (World Wrestling Entertainment). "Eu basicamente não tinha controle sobre os movimentos da minha perna", conta o ator.

A lesão causou o enfraquecimento da parede estomacal e forçou Johnson a submeter-se a uma cirurgia para curar três hérnias. "Eu desabei. Pensei que ia perder tudo, todo o esforço, o personagem, e aquilo me abalou muito", lembra o ator. "Tive que ter muito controle para manter o foco e pensar: 'Vou até o fim'. Foi o maior desafio da minha carreira, e acho que um dos maiores da minha vida".

A meta de recuperar-se no menor tempo possível fez com que as filmagens fossem interrompidas por apenas duas semanas. "Eu saí da cirurgia com o corpo todo inchado. Mas não teve jeito, me comprometi novamente", conta ele. "Acho que é por isso que gosto tanto da cena das correntes. Há uma mensagem forte ali".

Faltava, então, a transformação final. Quatro horas de maquiagem diárias deram ao ator cabelos longos, barba e cicatrizes pelo corpo. "Fiz a besteira de perguntar do que era feita a barba, que me colocavam pedacinho por pedacinho", diz Johnson, rindo. "É pelo de um tipo de búfalo, mas não é qualquer pelo, é o pelo do testículo, que é mais macio. É nesse nível que chega o meu comprometimento com esse personagem, o de por pelo de testículo de búfalo na cara".

Hércules de família

A direção de Brett Ratner, conhecido por filmes como "Um Homem de Família" e a franquia "Hora do Rush", fez "Hércules" perder a pecha de filme dramático-mitológico e adequar-se a uma forma mais mainstream: uma história de superação, personagens que nutrem uma amizade que se assemelha a um vínculo familiar e, principalmente, um tom engraçadinho que se sobrepõe até mesmo às cenas de batalha.

O roteiro foi inspirado em uma graphic novel mas, à diferença de "300", "Hércules" não é sombrio. Nem cenas sensuais entre o protagonista e a mulher, personagem da modelo Irina Shayk, foram exploradas. Nada de sexo. "É um filme para a família, nenhuma criança vai sair chorando da sala porque não vai ter cabeça rolando nem sangue espirrando na tela", diz o cineasta. "A violência está lá, mas não é pesada".

Em outras palavras, Ratner preparou o terreno para adaptar a superprodução, orçada em US$ 100 milhões, ao que Johnson sabe fazer melhor: grandiosas cenas de ação com efeitos competentes, diálogos divertidos e a leve impressão de que tudo dará certo no final, na certa consagração do herói.

No início deste ano, um outro "Hércules" foi lançado no cinema, protagonizado por Kellan Lutz (da saga "Crepúsculo"), e apresentava o personagem como o filho do deus grego Zeus, um semideus que vivia entre os mortais. Mas Ratner dá de ombros quando é questionado da pouca distância --um semestre-- entre dois filmes em teoria iguais. "Esse foi só mais um. Mais de 40 filmes e séries que já foram feitos sobre o tema. O nosso tem o diferencial de apresentá-lo como um mortal".

 

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