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Saúde

Número de gêmeos aumenta no mundo. Por quê?

Gêmeos univitelinos são mais raros, o que está aumentando significativamente são os gêmeos bivitelinos

Fonte: guiame.com.brAtualizado: sexta-feira, 18 de julho de 2014 às 14:12
gêmeos
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gêmeosO Centro para Controle e Prevenção de Doenças divulgou um levantamento de 2012 que mostra que os nascimentos de gêmeos dobraram dos anos 1980 para cá.

Wagner Rodrigues Hernandez, ginecologista e obstetra do setor de gestações múltiplas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, disse que essa é uma tendência também no Brasil.

"Dois terços devem-se aos tratamentos de reprodução assistida", diz o médico. Para aumentar as chances de gravidez, especialistas implantam mais de um embrião no útero. Mas, os gêmeos nascidos naturalmente também tem aumentado.

De maneira geral, o nascimento de gêmeos não é um evento tão incomum: uma em cada 40 crianças que nasce no mundo é gêmea. Mas nesse grupo incluem-se dois diferentes tipos de gemelaridade: os gêmeos univitelinos, ou idênticos, que são formados a partir da divisão de um mesmo óvulo fecundado, e os bivitelinos, que nascem da fecundação de dois óvulos por dois espermatozoides e, portanto, não são idênticos, podendo até serem de sexos opostos.

Gêmeos univitelinos são mais raros, em torno de 3,5 e 4 para cada mil nascimentos. O que está aumentando significativamente são os gêmeos bivitelinos. E, para explicar esse aumento, diversos fatores estão sendo estudados:

Histórico familiar

A mulher que tem gêmeos na família apresenta mais chance de gerar gêmeos não idênticos, afirma o urologista Jorge Haddad Filho, coordenador do Programa de Reprodução Assistida da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

No caso de gêmeos idênticos, a questão é mais controversa. Diversos estudos afirmam que a divisão de um óvulo em dois se dá por puro acaso, sem influência ambiental ou determinação genética. Contudo, um estudo recente realizado no município gaúcho de Cândido Godói indica o contrário.

Idade da gestante

"Mulheres após os 35 anos que engravidam espontaneamente possuem mais chances de terem gêmeos", diz Hernandez. Ele explica que isso acontece porque, em uma mulher mais velha, o estímulo para ovular precisa ser maior.

Com isso, o organismo acaba produzindo mais FSH (o hormônio estimulador de folículos, as estruturas do ovário que contêm os óvulos) para garantir o desenvolvimento dos poucos folículos que restam. Então, aumenta a probabilidade de se produzir mais de um óvulo, em um mesmo ciclo.

Índice de massa corporal

Mulheres que apresentam um índice de massa corporal mais alto (acima de 30) também podem ter mais chances de gerar filhos gêmeos. A princípio, trata-se apenas de uma relação estatística, de explicação pouco conhecida.

Uso de anticoncepcional

Após a interrupção do uso de pílula anticoncepcional, também haveria maior probabilidade de gestação gemelar. "Aconteceria mais ou menos o mesmo processo que ocorre com a mulher de idade mais avançada: o organismo enviaria mais hormônio para a corrente sanguínea, fazendo com que a mulher ficasse mais predisposta a ovular mais de um folículo", diz Hernandez.

Ovários policísticos

A obstetra Karla Giusti Zacharias, ginecologista da unidade do Itaim Bibi do Hospital São Luís, também na capital paulista‏, afirma que as mulheres que sofrem da síndrome do ovário policístico, uma disfunção hormonal que provoca irregularidades e falhas no ciclo menstrual, podem, eventualmente, produzir mais óvulos em um determinado ciclo.

Altura da gestante

"Mulheres mais altas também podem ter mais chances de engravidar de gêmeos", afirma Karla. O motivo seria o aumento da proteína IGF, abreviatura do termo em inglês "insulin-like growth factor" ou "fator de crescimento tipo insulina".

Consumo de leite

Gary Steinman também descobriu que as mulheres que consomem produtos de origem animal, especialmente laticínios, são cinco vezes mais propensas a ter gêmeos, se comparadas àquelas que fazem uma dieta vegana (sem produtos de origem animal).

Os riscos da gravidez gemelar

Apesar do fascínio que envolve os gêmeos, para os médicos, a notícia de uma gravidez gemelar é sempre motivo de preocupação. "Trinta por cento delas resultam em partos prematuros", diz o médico Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein.

O risco é ainda maior quando os gêmeos dividem a mesma placenta, o que ocorre em cerca de 85% das gestações de bebês univitelinos (nas gestações de bivitelinos, ou seja, não idênticos, há, obrigatoriamente, duas placentas).


com informações da UOL

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