A inveja foi o primeiro sentimento negativo destrutivo a ser mencionado – ainda que não explicitamente – na Bíblia. Por causa dela, houve o primeiro assassinato na humanidade, provocado por um irmão contra o outro.
Gênesis 4:5 mostra a indignação de Caim contra Abel e seu desejo de matar em virtude de o irmão ter agradado a Deus com sua atitude (entregar uma oferta de ovelhas). “Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante” (Grifei).
Aqui a inveja se manifestou porque Caim viu em Abel alguém melhor que ele. Mas a inveja pode surgiu pelas mais variadas questões, tanto por bens (carros, casas, dinheiro) que o outro tenha e o invejoso não quanto por características, como ser alegre, ser feliz, ser inteligente, ser bem relacionado (com amigos ou afetivamente)... A inveja pode se manifestar por qualquer situação que o invejoso julgue boa para o outro.
Segundo o artigo O que é inveja na psicologia, “A inveja vem, principalmente, da falta em não ter uma coisa, ver essa coisa em outra pessoa e querer isso para si. Na inveja existe um forte sofrimento por descobrir que uma outra pessoa possui ou alcançou algo que acredita que deveríamos ter, mas que, no entanto, não poder possuir”.
A inveja é reprovável por Deus, que revelou a Caim que ele poderia dominar e reprimir esse sentimento, ao dizer: “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (Gênesis 4:7).
Nos Dez Mandamentos, ela também figura como algo proibido: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êxodo 20:17).
A inveja suscita diversas emoções, e todas negativas, desde ira até a injustiça (por que não eu?) e o desejo de morte da pessoa invejada.
Ainda de acordo com o artigo citado, “o significado da inveja na psicologia expõe que essa sensação impede a criatividade e o desenvolvimento do estilo próprio ou da autoestima”.
Sabemos que a inveja é uma obra da carne. “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. (Gálatas 5:17-21 ARA - Grifei)
Mas contra essas más obras, que inclui a INVEJA, existe o fruto do Espírito, o qual devemos conhecer e cultivar: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gálatas 5:22-25 ARA).
Quer vencer a inveja? Despoje-se do velho homem (Ef 4:22), esvaziando o conteúdo da mente reativa. Busque a renovação da vossa mente (Rm 12:2) e ore, expondo esse pecado a Deus, para que ele seja perdoado e substituído pelo amor ao próximo.
O Pai ama você.
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
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