Nos últimos meses, o Rio Grande do Sul tem enfrentado uma série de tragédias que se iniciaram com uma profunda seca e, poucos meses depois, com fortes chuvas que provocaram verdadeiras catástrofes, com inundações que deixaram cidades inteiras em estado de desolação.
Pessoas e famílias perderam tudo em suas casas: de utensílios, documentos, fotografias que registravam suas histórias a recursos e empregos. Sem falar nas inúmeras famílias que perderam até mesmo suas casas e as irreparáveis perdas de mais de uma centena de vidas.
E é em meio a essa devastação, registrada principalmente nas redes sociais, que surge uma poderosa demonstração de solidariedade e esperança.
Elas se manifestam em forma de ajuda e resgates emocionantes, produzidos, muitos deles, pelo próprio povo, pessoas comuns que deixam seu coração solidário e altruísta à mostra.
Gente de todas as partes do país se uniu para oferecer apoio às vítimas. Não apenas com ajuda material, mas também emocional, mostrando que, mesmo diante das adversidades mais sombrias, a compaixão humana continua a fazer a diferença. E, muitas vezes, entre a vida e a morte.
A solidariedade se manifestou de várias maneiras, desde o fornecimento de abrigos temporários e alimentos, com muitas igrejas de Jesus nesta frente, até o simples gesto de oferecer um ombro amigo e uma palavra de conforto. Nesses momentos difíceis, a comunidade se tornou uma família, com uma multidão de irmãos, erguendo-se em apoio e compartilhando o fardo da tragédia.
Estamos vendo a fé desempenhando um papel fundamental na resiliência das comunidades afetadas: esses dias mesmo vi aqui no Guiame a notícia de uma família cristã orando em meio ao cenário de destruição.
É durante a incerteza e o desespero que muitos têm encontrado conforto em sua fé e na poderosa prática da oração. O Salmo 46:1 nos lembra: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia."
Além do apoio prático e espiritual, a ajuda emocional desempenha um papel vital na recuperação das comunidades atingidas. Psicólogos, conselheiros e voluntários oferecem seu tempo e habilidades para ajudar as pessoas a lidarem com o trauma e reconstruir suas vidas.
Isso me fez lembrar da escritora Helen Keller, que apesar de ter ficado surda e cega desde muito jovem, tornou-se um ícone de perseverança e superação. Ela disse: "Embora o mundo esteja cheio de sofrimento, ele também está cheio de superação".
Nestes tempos difíceis, a fé é o alicerce mais firme sobre o qual a solidariedade se constrói. Ela nos lembra de que, mesmo nas piores circunstâncias, há sempre espaço para a esperança e para a ação em prol do outro, do vulnerável, do sofredor, do aflito.
Por fim, o socorro aos que necessitam é a materialização do amor ao próximo, um princípio bíblico que nos chama a “levar as cargas uns dos outros e assim cumprir a lei de Cristo” (Gálatas 6:2). Quando agimos movidos pela fé e pela compaixão, tornamo-nos instrumentos de mudança e fontes de consolo para aqueles que enfrentam as tempestades da vida.
Nesses momentos, também precisamos confiar e crer que o Pai nos ama e não nos abandona.
Darci Lourenção
Darci Lourenção é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.
* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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