Vale quanto pesa, essas três palavras já foram o apelo de muitas propagandas. Se algo merece, pagamos o que vale. Porém valor, em alguns casos, caminha no campo da subjetividade. Nem sempre o que tem valor para um, terá para outro, e vice-versa.
A procura pela felicidade é intensa, frenética, obsessiva. Mereço ser feliz, nasci para ser feliz, vou em busca da minha felicidade, faço o que for necessário para ser feliz, são frases fáceis e que ouvimos com cada vez mais frequência. O desejo de ser feliz a tudo explica. Na maioria das vezes, porém, pouco ou nada justifica.
O discurso, o apelo, a proposta, enfim, seja lá qual for a filosofia que apresente a felicidade como meta, está valendo. É compreensível. Felicidade é bom, faz bem para a alma, satisfaz o espírito, realiza sonhos. Assim, como resistir as promessas de felicidade? Quem não quer ser feliz?
A realidade, por seu turno, jamais se deixa influenciar pelo mundo da fantasia. Ela é o que é. A realidade não tem nenhum compromisso com atalhos, artifícios e armações que prometem felicidade. Cada um assume o risco daquilo que decide acreditar.
Um exemplo atual? A corrida para ficar magro ilustra bem. Dietas, cirurgias, academias, mandingas. Vale tudo. A questão da saúde pura e simples há muito perdeu lugar para a estética. O problema é que a estética é uma imposição social, o mundo da moda e da mídia define o padrão e dá-lhe correria para alcançar tal padrão. Padrão esse que é vendido por pessoas sempre aparentando felicidade.
Dietas furadas, cirurgias micadas, mandingas frustradas, gente com depressão, gente nas UTIs, gente indo a óbito nas salas cirúrgicas, plásticas com resultados monstruosos, vítimas da solidão, enfim, essas realidades não são mostradas. A não ser aberrações escandalosas que dão notícia e uns poucos casos que rendem alguma audiência pro Datena, nada é divulgado.
E por que nada se divulga? Porque a felicidade não se vende por quilo. Ser magro ou ser gordo não garante a felicidade de ninguém. Tenho amigos gordos e magros, em ambos os casos tenho amigos infelizes e felizes. No caso dos felizes, a felicidade é percebida na harmonia de seus relacionamentos, no respeito as pessoas e instituições, na transparência do caráter, no cumprimento das promessas, na beleza do sorriso ausente de malícia, na justiça dos atos e na graça dos fatos.
Se é que se pode pesar, ainda que poeticamente, 1 quilo de felicidade é muito. Muito pouco. Quero uma medida bem pesada, sacudida e transbordante. Não conheço outro que poderia me dar uma felicidade assim, além daquele que um dia me convidou a deixar meus pesos de infelicidade: Vinde a mim todo aquele que estiver cansado e eu o aliviarei. E aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.
Desde o dia que fui a Jesus, até hoje sou surpreendido com as generosas porções de felicidade que só Ele sabe dar, seja no sol escaldante das fases de deserto ou na sombra gostosa nas fases a beira de magníficas cachoeiras. Ah, e o melhor, é uma felicidade que só se recebe de graça. Graça inexplicável, incompreendida, desafiadora, esplêndida e conquistada por um impagável preço: o sangue de Jesus. Graça que ao conhecer, se quiser, pode também ser chamada de felicidade.
Paz!
por Edmilson Mendes
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