“Tristeza não tem fim, felicidade sim”, poetizou Vinicius de Morais. Como se mostram verdadeiras e atuais estas palavras. A tristeza invade as ruas, os becos, os corações, as vilas, as almas. Por sua vez a felicidade é cada vez mais rara e difícil de ser encontrada. Neste cenário é que surge cada vez mais provocante a pergunta “e quando a alegria acaba?”, o que fazer?
As palavras finais do evangelho de João afirmam que Jesus havia feito muitos outros sinais, mas aqueles registrados no livro lá estão para que possamos crer. Interessante notar que a narrativa dos sinais começa com um bem singular, que diz respeito a todos nós, posto que fala sobre uma família nascente. Está no capítulo 2, quando somos impactados com as bodas de Caná.
Logo no versículo três somos informados que o vinho havia acabado. Um dos simbolismos mais fortes e evidentes do vinho, na Bíblia, é a representação da alegria. A mensagem é clara: a alegria acaba. E mais surpreendente, era uma festa, o casamento mal havia começado, mas o vinho acabou. O drama era desesperador, pois simplesmente a alegria da festa terminara. A vergonha seria gigante, quando todos soubessem seria um super “tristeza não tem fim, felicidade sim.”
Sem espetáculo, sem dramas, sem showzinho, sem desespero, foram até Jesus e então Ele resolveu a questão. Cristo então ordena: tragam água, muita água. A ordem é obedecida. Eles colocam água, mas quando vão tirar água dos vasos o que tem é vinho, infinitamente superior ao que acabara. A alegria com Jesus é assim, absolutamente diferente da alegria que o mundo dá, é uma alegria que vem do céu, portanto imbatível, incomparável, superior.
Quando Jesus pega os manuscritos do profeta Isaías e lê sobre Ele, “O Espírito do Senhor está sobre mim...”, o texto era a passagem de Isaías 61, ali fala sobre gente que sofre, gente cativa, escrava, sofredora, triste. Mas no versículo três o profeta afirma que no lugar do pranto Ele nos dará óleo de alegria. Trata-se de uma linguagem poética, porém muito real e profunda. Tal óleo somente Cristo tem, é espiritual, é uma alegria que homem nenhum pode criar.
A alegria do mundo sempre vai acabar, é perecível, tem data de validade. A alegria que o Cordeiro dá é perene. Como Estevão, somos capazes de ver os céus abertos e o Filho a direita do Pai e assim nos alegrarmos, independente de estarmos sendo martirizados por pessoas e inimigos que não sabem o que fazem.
É significativo que o primeiro sinal no evangelho de João tenha sido no seio de uma família que estava nascendo. Somos família e carecemos de sinais. Em toda narrativa não nos é dito os nomes do noivo e da noiva, embora serem eles as principais pessoas no casamento. O único nome que aparece é o de Jesus. Porque para recebermos, adquirirmos e vivermos uma alegria real e desconhecida pelo mundo, basta Jesus.
Acabou a alegria em sua família? Em seus negócios? Em sua igreja? Fale com Jesus, ouça Jesus, se abra para Jesus. E então fazei tudo o que o Mestre mandar, as coisas certamente vão mudar. Da água para o vinho.
Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.
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