“Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Timóteo 4:1-5).
As palavras de advertência que o apóstolo Paulo escreveu às igrejas e aos líderes do passado apontavam para um cumprimento de uma profunda crise espiritual, que estava por vir. O tempo de heresias, tão temido pelo apóstolo, tristemente se cumpre nos dias em que vivemos. Não é difícil acessar qualquer site que seja e ler textos, conselhos, usando o Santo Nome do SENHOR e as Sagradas Escrituras, como pano de fundo para aquilo que apenas é aparência de verdade. Na escala dos assuntos, que mais despontam para a heresia, certamente o tema CASAMENTO, DIVÓRCIO E RECASAMENTO DE PESSOA DIVORCIADA ocupa um lugar de proeminência no pódio.
No tempo da Graça, o próprio Fôlego da Graça, que é JESUS CRISTO, ensinou-nos a voltar nosso olhar para o princípio de tudo: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:4-6).
DEUS ajuntou todo homem e toda mulher, solteiros, que deixaram a casa dos pais, e fizeram uma aliança de casamento, tornando-se uma só carne. Para esse tipo específico de casal, o SENHOR ordenou: “Não separem!”. Qualquer modelo de união, que fuja do padrão de DEUS, constitui-se em uma relação sexual ilícita; e, assim, ELE não ajuntou, não terá parte, negócio com o Reino, responsabilidade nessa união.
Adiante veremos Paulo confirmando esse padrão divino de casamento às igrejas: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa só carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um, em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido” (Efésios 5:31-33).
É muito fácil percebermos que os templos religiosos estão impregnados de pessoas, que se deram em união, fora do padrão estabelecido por DEUS. O tempo de heresias, quando cada um iria apenas satisfazer as suas próprias concupiscências, chegou.
Mas o divórcio no mundo, a partir da Reforma Protestante (é com profunda vergonha que escrevo essa informação histórica), passou a ser uma realidade em nossas vidas. No Brasil, apenas no final dos anos 70. Se pegarmos qualquer Bíblia traduzida antes desse período, iremos observar que em nenhum momento a palavra divórcio é citada nas Sagradas Escrituras. As expressões, que hoje lemos em algumas traduções, como “carta de divórcio” e “Deus detesta o divórcio” eram lidas como “carta de desquite” e “Deus detesta o desquite”. E se voltarmos ainda mais no tempo, veremos que as Bíblias traduzidas antigamente sequer citavam o termo desquite, mas REPÚDIO. Infelizmente é muito comum, hoje em dia, líderes, com a mente cauterizada pelo secularismo e pela ignorância, associarem o termo divórcio aos tempos bíblicos. Afirmar, hoje, que, nos tempos bíblicos, o divórcio não existia pode soar como uma heresia no coração de alguns desatentos. Mas não é. Escrever um tópico no Livro Sagrado em que afirma que o rei Davi se casou algumas dezenas de vezes é irresponsabilidade das grandes. Davi, como todo grande homem de DEUS, pecou, transgrediu os Mandamentos, colecionou alguns fracassos pessoais em sua caminhada. Nenhum relacionamento de Davi, com exceção do seu primeiro, fora lícito aos olhos do SENHOR. Mas Davi se arrependeu e abandonou o pecado. Ele não morreu em adultério, mas dormiu no SENHOR, como um homem justo, defensor da Verdade.
O divórcio, como uma triste realidade em nossos dias, não pode levar ninguém a querer mudar a essência de DEUS, pois ela é imutável. Não adianta inventar uma nova bíblia apenas para dizer às pessoas que elas não estão erradas, que não vivem um relacionamento ilícito e que serão herdeiras do Reino do PAI. Ou se olha para o princípio de tudo; ou todos estarão completamente perdidos.
Igreja do SENHOR não é aquela que, por um motivo, abandonou um templo de determinada religião para fazer parte de outro. Igreja de JESUS não tem nada a ver com placas e denominação, estatutos de homens. Igreja do SENHOR JESUS é um povo que, de forma individual e sincera, estabeleceu um compromisso com o Reino de DEUS de viver a Sua Palavra, tal qual ela é. A maioria, infelizmente, tem uma ideia errada do que seja NASCER DE NOVO. O processo do novo nascimento não se dá quando alguém adentra um templo protestante, por exemplo, levanta as mãos, recebe uma oração na frente, depois assina uma ficha cadastral e passa a frequentar aquele lugar. Pensar nisso é o mesmo que dizer que salvação e Reino de DEUS estão atribuídos e diretamente ligados necessariamente a determinado sistema religioso; o que não é verdade.
As heresias estão enraizadas em todo e qualquer sistema religioso, seja católico romano, protestante, judaísmo, budismo etc. Mesmo dentro de um sistema religioso, como o protestante, há uma profunda disparidade doutrinária. Foi por essa razão que Paulo e demais apóstolos não viveram presos a denominação alguma, nem a templo algum. Passaram as suas vidas viajando, fazendo discípulos do SENHOR, adentrando os templos religiosos para anunciar que todos deveriam se arrepender de suas religiosidades. Você pode estar se perguntando: O que isso tem a ver com o assunto proposto? É simples.
Muitas pessoas, quando chegam ao protestantismo de outras religiões, são consideradas por homens salvas, não mais cegas. Dessa forma, antes do protestantismo eram ignorantes, perdidas. Depois dele, passaram a ter os olhos abertos. Porém, a realidade não é bem assim.
A transição do cego espiritual para uma pessoa que passou a enxergar, como aconteceu com Saulo-Paulo no livro de Atos, não está cravada em uma mudança de sistema religioso; mas em um momento em que o Espírito Santo se compadeceu daquela pessoa, abriu os seus olhos e passou a fazer morada dentro dela. Quando o Espírito Santo passa a fazer morada em alguém, ELE convence a pessoa de todos os seus erros, daquilo que, em sua vida, está fora da sã doutrina; e a exorta ao conserto em CRISTO JESUS. A conversão é algo muito individual e particular. E exclusivamente interno (de dentro para fora). Por exemplo: se uma pessoa, no tempo da ignorância, repudiou sua família, utilizou-se da Lei do Divórcio e se uniu com outra, para DEUS, significa que está em adultério continuado, ainda que tenha passado muito tempo e filhos adulterinos envolvidos. JESUS também chega para essa pessoa e a manda olhar para o início de tudo. O perdão virá, se ela admitir que vive no erro e passar a lutar para se desfazer dele. Como aquilo que ouviu a mulher adúltera: “Vá e não peques mais”. O sábio Salomão escreveu: “aquele que confessa e deixa alcançará misericórdia”. Deduz-se que não haverá perdão nem misericórdia se a pessoa permanecer com a vida errada diante de DEUS.
Assim, muitos adentram os templos protestantes em segundo, terceiro e quarto casamento, recebem uma oração, e permanecem do jeito que estão. Para os líderes, a pessoa era cega e DEUS não levou em conta o que ela fez ignorantemente, quando pertencia a outra crença religiosa. Mas, para DEUS, ela continua cega e perdida, porque mudança efetiva de vida não houve. JESUS disse que “Qualquer que abandonar a sua mulher e casar com outra comente adultério contra ela” (Marcos 10:11). A presença do elemento linguístico QUALQUER atribui culpa a pessoa que assim agir, independentemente da religião que pertença.
Se lermos cuidadosamente todo o capítulo 7 da Primeira Carta que Paulo escreveu aos irmãos em Corinto, perceberemos o valor que o apóstolo dá ao primeiro casamento. Todas as instruções são santas e perfeitas. Aos solteiros e aos viúvos, ele aconselha que permaneçam no mesmo estado civil dele, ou seja, solteiro (vers. 8). Aos casados, diz que o SENHOR ordena que as esposas não se separem dos seus maridos. Porém, se vier acontecer alguma separação, que fiquem sem se casarem outra vez (óbvio), porque eles ou elas já são casados. Também, o SENHOR pede que procurem a reconciliação, o perdão (vers. 10 e 11). No versículo 15, Paulo aconselha que o irmão ou a irmã cristãos, repudiados pelo cônjuge, que aceitem a separação para não serem submetidos a servidão espiritual, maus tratos físicos por parte do cônjuge ímpio; porque o SENHOR quer que eles vivam em paz. Mas isso não significa que deixaram de ser casados ou que podem dar-se sexualmente a novas pessoas. Esse é o estado que cada um tem de ficar diante do SENHOR (vers. 17 e 24). O casado permaneça casado; o solteiro ou o viúvo (como sugestão apostólica) que permaneçam assim. Para finalizar, Paulo afirma que “a mulher casada está ligada todo o tempo ao marido enquanto ele viver” (vers. 39).
Observe que tudo na Sagrada Escritura se encaixa perfeitamente e que nenhum escritor se contradiz quando cita a sã Doutrina. Não há confusão naquilo que eles escreveram. A confusão vem dos homens, que querem atrair multidões e aconselharem as pessoas com aquilo que acham que é certo.
É perfeitamente possível um divorciado ser igreja do SENHOR, se ele não buscou o divórcio nem repudiou a sua família, que DEUS ajuntou. E ainda que tenha feito tudo isso, venha a se arrepender como novo homem ou nova mulher e busque a restauração do projeto familiar inicial que DEUS constituiu em suas vidas, independentemente se há ou não mais sentimentos envolvidos. DEUS restaura tudo! Divorciado-igreja é aquele ou aquela que não busca ter relação sexual com nenhuma outra pessoa, resguardando-se em santidade no corpo e no espírito. Ele (ou ela) põe os joelhos no chão e clama ao DEUS dos impossíveis por um milagre em sua vida. Divorciado-igreja jamais se precipita, mas procura esperar pelo tempo e pela resposta do SENHOR. Esse é o conselho que a Bíblia nos oferece; e é este que devemos ensinar ao próximo, se quisermos, de fato, ser cristãos. Qualquer palavra fora daquilo que foi escrito por DEUS é comichão nos ouvidos. Comichão, fábula, concupiscências, e nada mais...
Que o SENHOR tenha misericórdia de nós!
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
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