Respeite as emoções do seu filho

Desqualificar as emoções de um filho pode provocar um trauma, fazendo com que ele se feche e nunca mais demonstre seus sentimentos

Fonte: guiame.com.brAtualizado: sexta-feira, 31 de outubro de 2014 às 18:06
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família“E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores” (Lc 7.13)

 Como vai a saúde emocional do seu filho (filha)? Vamos começar refletindo sobre três razões por que os pais devem se preocupar em criar um filho(a) emocionalmente saudável:

1) Nossas emoções determinam a qualidade e o significado da nossa vida.

2) Nossas emoções influenciam cada parte da nossa vida.

3) Nossas emoções ajudam-nos a definir nossos valores.

Portanto, podemos afirmar que o sucesso ou o fracasso na vida depende do nosso estado emocional.

Os pais devem lembrar-se de que o sentimento está sempre vinculado ao valor que damos às coisas ou às pessoas. Aquilo que para os pais não significa muito, para o filho pode ter um valor especial. Por exemplo, uma paquera, um amigo, um animal de estimação, uma bicicleta, um tênis, uma camiseta, um brinquedo, um passeio que não deu certo, tudo isso pode ter muito valor para um filho. Os pais que exercem sua missão com essa consciência nunca brincam com as lágrimas do filho. Já vi meninos e meninas chorando intensamente pela morte de um cachorro que foi atropelado; outros, por causa de um tênis que sumiu; e outros, por causa de uma pipa que escapou da linha e foi levada pelo vento. Como os pais devem reagir diante das lágrimas do filho que chora por algo que, na concepção do adulto, pode ser “banal”? Nunca obriguem os seus filhos a reprimir suas emoções, “engolindo” o choro e menosprezando seus sentimentos. Desqualificar as emoções de um filho pode provocar um trauma, fazendo com que ele se feche e nunca mais demonstre seus sentimentos. Essa é uma das causas por que muitos adultos têm dificuldade de expressar suas emoções. Você respeita os sentimentos do seu filho?

Quando a minha filha Letícia tinha quatorze anos, ela me disse: “Pai, eu gosto de um jovem membro da igreja e ele quer vir falar com o senhor”. Como pai, eu nunca havia passado por aquela experiência, até porque eu só tenho uma filha e dois filhos. Eu poderia ter reagido assim: “Você não tem o que fazer? Será que você não percebe que ainda é uma criança? Ainda está com gosto de leite materno na boca? Já que é assim, eu não quero vê-la conversando com esse rapaz em lugar nenhum, porque se eu pegá-los, vou arrebentar os dois. E saia daqui. Você estragou o meu dia”. Pais que reagem assim quase sempre “perdem” a filha, provocando a ira e gerando no coração dela um tipo de raiz de amargura. Lembre-se, respeito gera respeito.

Apesar de achar muito estranho o que estava acontecendo, pois eu pensava que minha filha iria se preocupar com isso só depois de se formar na faculdade, e diante de tudo o que ouvi, pedi à Letícia que se sentasse, fechei a porta do escritório e passei para ela todas as lições de um seminário que eu ministro para os adolescentes nas igrejas. Depois de mostrar para ela que não era interessante envolver-se em um namoro sendo ela ainda tão nova, que aquele era um tempo para ser investido nos estudos e para construir bons relacionamentos, pensei: “Acho que consegui convencê-la a mudar de idéia”. Mas quando eu terminei, ela olhou para mim com os olhos lagrimejando e disse: “Pai, ele pode vir falar com o senhor hoje à tarde?” A verdade é que, quando uma adolescente está apaixonada, ela não consegue pensar em outra coisa a não ser no “amor-paixão”.

Procurei lidar com aquela situação da forma mais sensata e prudente possível para que ninguém saísse machucado. Hoje minha filha tem vinte e dois anos, não se casou com aquele jovem, dedica-se aos estudos e continua servindo a Jesus e tem a mim, seu pai, como seu grande amigo. Respeitar as emoções do filho é fundamental para construir confiança a fim de que ele se abra para ouvir o que os pais precisam dizer. Nenhum filho ouve, de forma responsável, um pai que não sabe respeitar suas emoções. Como você tem reagido às emoções do seu filho?


- Pr. Josué Gonçalves

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