Meu bebê está com 2 meses. Caso você não saiba, um bebê com 2 meses não tem muita estrutura, fisicamente falando, eles são bem molinhos, ainda não seguram o pescocinho direito e precisam que tenhamos muito cuidado ao mexer com eles. A hora do banho é um desses momentos delicados, quando precisamos movimentar seus pequenos corpos com segurança e gentileza. Outro dia, em um dos banhos do meu filho, meu pai, que observava a cena, disse: “É muito vulnerável, né? Imagina que Deus se rebaixou a isso e veio assim pro mundo?”
Se você já deu banho em um recém-nascido ou já viu alguém dar, a cena vai ficar ainda mais clara na sua cabeça. Exatamente por serem assim, nada firmes, eles dependem totalmente da nossa mão, do nosso jeito de segurá-los, de como escolhemos tratá-los. Aliás, dependem de nós para tudo! E não sabem pedir o que precisam, apenas choram e a gente fica tentando adivinhar o que precisa ser feito.
Quando a gente olha para um serzinho desses e tem o mesmo pensamento que meu pai, nossa reação talvez seja parecida: caramba, é mesmo! O Dono do mundo veio em forma de bebê. Veio desse jeitinho, vulnerável, dependente, uma criatura completamente frágil.
Que amor é esse que desce até o nosso nível? Se faz bebê, tão dependente, tão frágil, aceita ser cuidado por humanos falhos e pecadores e chega a morrer por eles, mesmo sendo desprezado e humilhado por esses mesmos humanos que Ele criou… que amor esse?
A maternidade me fez entender um pouco mais desse amor de Deus. Um amor que ama independente das ações do outro, um amor que dá a vida, um amor sem explicação. Claro, o meu amor é falho e limitado, mas nele pude enxergar um vislumbre opaco de como Deus olha para Seus filhos.
Esse amor absurdo, furioso, ilimitado, pleno, é o amor do Pai! Entenda você ou não, aceite você ou não, Ele te ama. Ele se fez bebê, Ele se fez humano, Ele se colocou na nossa pele para que nós pudéssemos ter uma saída, uma segunda chance.
Aceite esse amor, abrace esse amor. E quando olhar um bebê, lembre-se do que Deus fez por você… não foi pouco, foi imensurável, foi imerecido, foi por amor!
Mariana Mendes, casada com Leandro, autora de O Relógio de Nina. Membro da IAP do Parque. Filha do Pai e filha de pastor. Apaixonada por livros, por culinária e por observar os detalhes da vida, a fim de enxergar a rotina com novos olhares.
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