Estou grávida. Quase no fim, daqui há algumas semanas a barriga diminui e o bebê vai estar no meu colo, com a graça de Deus. Nessa gravidez, tenho aprendido muito sobre processos. Sobre respeitar esses processos e entender que a vida tem fases e não adianta querer pular, mudar ou ir contra, é preciso se adaptar a cada nova realidade.
Mal comparando, vivi um pouco disso na pandemia, onde não adiantava brigar contra o que estava acontecendo; foi necessário confiar em Deus, orar e entender que precisaríamos nos adaptar àquele novo normal. Hoje, nem parece que ficamos tanto tempo em um lockdown. E, apesar de tudo ter voltado a abrir e os lugares estarem cheios, nada voltou exatamente como era, vemos várias mudanças de comportamento e culturas novas que foram formadas a partir desse lockdown.
No entanto, a intensidade desse aprendizado durante a gravidez tem sido muito maior para mim. Por exemplo, desde minha conversão, sou muito envolvida em projetos e ministérios da igreja, eu sou o que chamam de coringa, eu sempre ajudo onde posso e como posso, dificilmente falo não e amo estar servindo em diversas frentes sempre que possível. No início da gravidez, com enjoo e indisposição, descobri que precisava aumentar os “nãos”, conforme os meses foram passando, a barriga aumentando, a indisposição aumentando ainda mais, algumas semanas que foram passadas em repouso por orientação médica, cada não se acumulava com mais um, e além de ter que me afastar de serviços que eu vinha fazendo, entendi que não poderia entrar em novos projetos.
Isso foi um pouco duro pra mim. O primeiro pensamento foi o de que eu estaria em falta com Deus, o de que eu não estaria fazendo o trabalho que Ele me deu pra fazer. Depois de muito orar, ler, conversar tanto com meu marido como pessoas de confiança, entendi que não era bem como eu pensava, o detalhe é que eu precisava respeitar minha fase. Meu filho é meu novo ministério. Deus está me dando uma vida para cuidar, uma vida para educar e ensinar seus caminhos; uma de Suas heranças já mora na minha casa e ela é minha responsabilidade e do meu marido.
Preciso entender que os processos envolvem mudanças, envolvem aprendizado, envolvem errar e envolvem crescer. O que eles não envolvem é estar sozinhos. Também tive muitos momentos de choro e desespero por sentir que meu filho vai chegar e eu não vou dar conta. Até que, em um devocional que recebi de uma amiga, li a seguinte frase: “Você pode pensar que precisa de muitas coisas para cuidar do seu bebê, mas a verdade é que você só precisa de Deus.”
Em cada luta, em cada desafio, em cada nova aventura que a vida me trouxa até aqui, o fator em comum é que eu só preciso de Deus. Não sei que fase você está vivendo, se é tranquila, turbulenta, se é uma novidade cheia de mistos alegres e tristes, se é de dar medo ou se você mal espera pelo que está por vir, mas o que sei é você só precisa de Deus. Você só precisa daquele que te deu a vida, daquele que deu a vida por você. Em todas as fases, Ele é o denominador comum, Ele é o centro e é Ele quem controla cada detalhe.
Mariana Mendes, casada com Leandro, autora de O Relógio de Nina. Membro da IAP do Parque. Filha do Pai e filha de pastor. Apaixonada por livros, por culinária e por observar os detalhes da vida, a fim de enxergar a rotina com novos olhares.
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