Os últimos 20 reféns israelenses vivos mantidos pelo grupo Hamas foram libertados nesta segunda-feira (13), em um dia que já é considerado histórico.
Israelenses se alinharam nas ruas para agitar bandeiras e mostrar apoio enquanto as IDF (Forças de Defesa de Israel) transportavam os sete primeiros reféns vivos de Gaza para Re'im.
Israelenses aguardam reféns entregues à Cruz Vermelha em Gaza. (Captura de tela/YouTube/10 News)
Eles faziam parte do grupo de 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023, durante o ataque do Hamas a Israel, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas.
Os reféns, que passaram mais de 700 dias em cativeiro, foram entregues à Cruz Vermelha e levados à base militar de Re’im, no sul de Israel, onde reencontraram suas famílias e receberam atendimento médico e psicológico.
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Entre os libertados estão jovens sequestrados durante o festival Nova, soldados capturados em combate e civis levados de kibutzim próximos à fronteira.
O retorno dos reféns encerra um dos capítulos mais dolorosos da guerra entre Israel e Hamas, iniciada há dois anos.
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A libertação, parte da primeira fase do acordo de paz mediado pelos EUA, marca o início de uma nova etapa nas relações entre Israel e Palestina.
Em troca, Israel iniciou a libertação de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua. A operação foi realizada sob forte esquema de segurança e sem cobertura midiática, conforme estipulado no acordo.
O plano de paz, apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e negociado com mediação de Egito, Catar e Turquia, prevê ainda o cessar-fogo permanente, o recuo das tropas israelenses para linhas previamente acordadas dentro da Faixa de Gaza, e a criação de um conselho internacional para discutir o futuro governo do território palestino.
Reféns mortos
Durante o período de cativeiro, 28 reféns foram confirmados como mortos. A entrega dos corpos está ocorrendo em etapas: apenas quatro foram devolvidos até agora, o que gerou forte indignação entre familiares e organizações como o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas.
“Esta é uma violação flagrante do acordo pelo Hamas”, afirmou o fórum. “Esperamos que o governo israelense e os mediadores ajam imediatamente para corrigir esta terrível injustiça.”
A devolução dos corpos é uma das cláusulas mais sensíveis do acordo de paz, e ainda não há prazo definido para que todos os restos mortais sejam entregues.
Israel, por sua vez, condicionou parte da reconstrução de Gaza à devolução completa dos corpos.
O Hamas alegou não saber a localização de todos os corpos, e uma força-tarefa internacional, com participação da Turquia, Catar, Egito, EUA e Israel, foi criada para ajudar na busca e identificação dos restos mortais.
Reações internacionais
A comunidade internacional reagiu com alívio e esperança. O presidente francês Emmanuel Macron classificou o acordo como “um grande avanço diplomático” e elogiou os esforços de Trump e dos mediadores regionais.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia está pronta para contribuir com a reconstrução de Gaza e apoiar a transição política baseada na solução de dois Estados.
Em Londres, Nova York e Paris, manifestações espontâneas celebraram o retorno dos reféns. Na Trafalgar Square, membros da comunidade judaica realizaram uma vigília em homenagem às vítimas do conflito, enquanto em Tel Aviv, milhares se reuniram na “Praça dos Reféns” para acompanhar a libertação em tempo real.