Após oito anos de escavações arqueológicas acompanhadas da colocação de milhares de estruturas de aço para sustentação de paredes e teto, a Estrada dos Peregrinos foi inaugurada como a nova e maior atração da cidade de Jerusalém.
Os achados foram feitos acidentalmente, exibindo o Reservatório de Siloé e o canal central de drenagem que era usado na antiga cidade.
Os arqueólogos não têm certeza de quem a construiu. Mas o seu traçado, do Reservatório de Siloé (onde havia a lavagem ritual de pés e mãos, pelos peregrinos antes de acender ao Segundo Templo), mostra ter sido o acesso principal ao local.
Os descobridores o chamaram de Estrada da Peregrinação, acreditando que este era o percurso que milhões de judeus faziam três vezes por ano quando iam a cidade santa de Jerusalém para levar sacrifícios a Deus durante os três feriados mais importantes do judaísmo: Pessach (Páscoa judaica), Shavuot (Festa das Colheitas) e Sucot, o festival judaico que coincide com a estação das colheitas em Israel.
Ao longo de seus 600 metros de extensão, e com 7,5 metros de largura, os arqueólogos não encontraram qualquer inscrição. Por outro lado, estimam que a obra original não tenha acompanhado a inauguração e uso do Segundo Templo, mas tenha sido concluída apenas nos anos 30 ou 31, portanto, durante a prefeitura de Pôncio Pilatos e presença de Jesus na cidade.
De acordo com as informações, o piso do local é original e sobre ele caminharam pessoas que viveram no período da história de Jesus: tanto judeus, como romanos. “O percurso não é confortável. Ele sobe o Monte Sion através de degraus largos e patamares. Talvez não se torne um ponto favorito para os turistas e é uma caminhada desaconselhável, senão impossível, para idosos ou pessoas com dificuldades de locomoção”, informa a reportagem.
Segundo informações, o cálculo estimado do peso total dos degraus e pisos de pedra colocados para a construção deste caminho, chega a 10.000 toneladas. Tudo foi encontrado praticamente intacto, apenas enterrado.
Nas escavações foram achados não só restos de cerâmicas e potes, mas também armas romanas, inclusive bolas de pedra de balesta (a catapulta romana) a artilharia da época e a arma mais poderosa da região, comprovando os combates na cidade, nas Guerras dos Judeus ou também seu uso na destruição completa de Jerusalém ordenada pelo imperador Adriano, no ano 135.
Inauguração
Autoridades estrangerias foram convidadas para a cerimônia sem precedentes. Dentre elas, o presidente americano Donald Trump, que enviou o embaixador norte-americano David Friedman para representá-lo na cerimônia.
Para inaugurar a nova atração da cidade, que faz parte do Parque Nacional da Cidade de David e Doron Spielman, o vice-presidente da instituição, ao invés de oferecer ao embaixador Friedman uma tradicional tesoura para cortar a fita inaugural, entregou uma marreta para demolir uma parede.
Após a demolição que abriu um vão na parede, os outros convidados puderam pegar a ferramenta e ajudar a derrubar a parede final abrindo a via da época do rei Herodes.
Até o momento, a Fundação Ir David desenterrou cerca de 250 metros do caminho de Peregrinação.