Na última quarta-feira (18), o Estado de Israel celebrou seus 70 anos de sua independência, após sua oficialização e reconhecimento em 1948. Mas estas celebrações parecem ser apenas uma tomada de fôlego em meio aos inúmeros ataques que a nação tem sofrido de diversos lados, como as investidas do grupo terrorista palestino Hamas, do Irã, da Turquia e até mesmo da ONU, que acabou apoiando as resoluções apresentadas pela Palestina para desprezar a relação histórica dos judeus com a cidade de Jerusalém.
Falando com exclusividade ao Guiame, o pesquisador Miguel Nicolaevsky, que é autoridade em Arqueologia Bíblica e Hebraico Bíblico, destacou que não tem dúvidas a respeito do cuidado divino sobre Israel e aproveitou o tempo de celebração para refletir sobre a importância - diplomática e espiritual - de apoiar esta nação.
Brasileiro, Miguel tem um amor declarado pela Terra Santa e também comanda diretamente de Jerusalém o portal “Caté Torah”, que é dedicado a promover e apoiar a nação de Israel.
Confira abaixo a entrevista exclusiva:
Portal Guiame: Você exerce um trabalho de valorização da riqueza cultural e histórica existente em Israel. No contexto de conflitos que o Estado israelense convive atualmente, como você acredita que isto possa beneficiar essa nação?
Miguel Nicolaevsky: Em primeiro lugar, como cidadão brasileiro que ama o Brasil, meu desejo é que meu país natal também seja beneficiado pelas bençãos proclamadas por Adonai para seu servo Abraão conforme podemos ler em Gênesis 12:3
“Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”
O trabalho que exerço hoje vem sendo realizado ao longo de mais de 14 anos, sem interrupção, ele por um lado beneficia o Brasil pelo fato citado anteriormente, por outro lado ele também visa beneficiar o Estado de Israel, em especial o povo de Israel. Um povo sofrido a quem foi confiado os oráculos do Senhor e pelo qual recebemos o Messias Yeshua. Cerca de 14 anos atrás o Estado de Israel era um país isolado, odiado e o anti-semitismo transbordava mundo a fora sem quase nenhuma resposta. Ao longo dos anos, trabalho como o que exercemos mudaram isso. Tornaram a luta nos meios de comunicação um pouco mais equilibrada. Agora conforme podemos ver, o Estado de Israel está começando a colher o fruto do real conhecimento da situação complicada que o país vive. Nem tudo é justificável, mas a posição que o leva a sua defesa em relação aos seus inimigos é bem mais aceitável.
O Mundo está cansado dos métodos da violência que gera como resposta ainda mais violência. Vivemos em um tempo difícil, mas o Povo e o Estado de Israel não podem se dar ao luxo de viver em um beco sem saída conforme viveram há pouco mais de 70 anos durante o Holocausto. Como se diz em Israel, Masada nunca mais.
Guiame: Apesar de ser uma região aparentemente "pequena" se comparada aos territórios de outras nações, Israel se mostra um local extremamente rico e cheio de locais que ainda reservam muitas surpresas aos pesquisadores. Como você poderia explicar isso?
Miguel: Isso ocorre em Israel por que verdadeiramente ocorreram aqui, ao longo de cerca de 4000 anos, eventos que marcaram a humanidade. Desde a saída do homem do politeísmo até as grandes lutas entre grandes impérios. Israel é um país corredor, ele é a conexão entre os três continentes de civilizações mais antigas, a Europa, a Ásia e a África. Além disso ele é um corredor fértil, e por isso se tornou tão disputado. Jerusalém foi capturada e recapturada pelo menos 20 vezes. Tem sido reivindicado por tantos países e impérios, como por três das principais religiões do mundo. Cada civilização construiu, destruiu e reconstruiu. Isto não ocorreu somente na Cidade Santa, mas em muitas outras pelo país a fora. Isto tornou o Estado de Israel uma fonte quase que inesgotável para pesquisas e para todo tipo de interesse cultural. É possível encontrar aqui, no mesmo local de escavação, indícios desde a pré-história até os dias atuais, mas sem dúvida alguma, o que mais marcou este local é a sua relação especial com o relato bíblico.
Guiame: Israel tem sofrido seguidos ataques, não somente das formas tão claras, como ocorre por parte da Palestina, mas também com ameaças graves de nações como o Irã e até mesmo da própria ONU. Mesmo assim, Israel segue sempre forte. O que você acredita que o mantém assim?
Miguel: Isto é verdade, o país é atacado todos os dias, por muitos inimigos. Existem ataques que nem chegam na mídia internacional, ataques internos como a imprensa de esquerda que rejeita a base espiritual da nação. Rejeita o direito do Povo Judeu de soberania na terra. Existem até organizações chamadas judaicas que apregoam boicotes contra o Estado de Israel. Em primeiro lugar, creio que o país e o governo se mantém de pé por interferência divina. Mesmo que o governo seja laico, algo maravilhoso no plano espiritual está ocorrendo. Eu chamo isso de o "florescer da figueira" conforme podemos ler em Lucas 21:29-32
“Propôs-lhes então uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; quando começam a brotar, sabeis por vós mesmos, ao vê-las, que já está próximo o verão. Assim também vós, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que o reino de Deus está próximo. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo isso se cumpra.”
Ou seja, quando surgirem as conversões, os frutos bons descritos por Jesus, do meio do Povo de Israel, é sinal de que esta é a última geração até que tudo se cumpra. Sabemos que por 2000 anos o Povo de Israel esteve longe da fé messiânica. Dispersos, mantiveram a religião judaica e a guarda do sábado como uma forma de sobrevivência. Agora, de volta a sua terra, a Palavra de Adonai está revivendo esta nação. Os judeus sabem que para não ocorrer novamente o que aconteceu no ano 70 da EC e 135 da EC, quando o povo perdeu seu direito de viver no país, ele deve se defender custe o que custar. Além disso, creio que verdadeiramente é o Senhor quem está mantendo-o de pé, afim de cumprir aquilo que ELE prediz através do Mestre e de seus servos os profetas e apóstolos há mais de 2000 anos.
Cabe-nos como povo brasileiro estar ao lado de nossa herança espiritual, orar pela Paz de Jerusalém e pelo pleno conhecimento de ambos os povos, judeus e muçulmanos, do Plano de Adonai para restauração de toda a humanidade. Somente este conhecimento profundo da verdade das Escrituras Sagradas permitirá ao ser humano a PAZ que ele tanto deseja.