O International Mission Board (IMB) está enviando 300 missionários para encontrar grupos de povos não alcançados e apresentá-los ao Evangelho.
Mais de 3.000 grupos de povos em todo o mundo precisam conhecer o Evangelho, mas não há esforços de evangelismo suficientes para alcançá-los. Por isso, o Projeto 3000 nasceu para garantir que cada grupo de pessoas tenha acesso à Palavra de Deus.
Os missionários enviados pelo IMB são jovens, geralmente na faixa dos 20 anos, e passam seu período de missões em busca de localizar e pesquisar sobre os grupos e compartilhar o Evangelho com eles.
Durante seu tempo no campo missionário, o missionário Rees Morgan estava na Guiné e viajou para oito países para pesquisar 12 grupos de pessoas.
“Eu faço viagens de curto prazo para que outros possam ir a longo prazo. Minha função é estabelecer o primeiro contato com essas pessoas, criando oportunidades que permitam às igrejas locais na África e à Igreja global se envolverem a longo prazo na vida delas, levando o Evangelho”, disse ele ao IMB.
O povo Konyanke
No exterior, Morgan viveu muitas aventuras. Em uma viagem, ele e seu parceiro de equipe ficaram presos tentando cruzar um riacho enquanto procuravam por um dos grupos não alcançados.
Eles dirigiram até encontrar uma ponte e então dirigiram mais 12 horas, até chegarem à fronteira da Costa do Marfim.
Lá, eles foram de aldeia em aldeia, perguntando às igrejas locais e às pessoas nos mercados se já tinham ouvido falar do povo Konyanke.
No entanto, ninguém sabia quem eles eram, se eles existiam ou onde estavam localizados. Morgan e seu parceiro seguiram pistas vagas, em uma de suas paradas, eles pensaram ter encontrado uma aldeia, mas descobriram que era o grupo étnico Kla.
Um idoso afirmou que conhecia os Konyanke e que as aldeias estavam de alguma forma conectadas, então Morgan e o colega ficaram no local por uma semana.
O morador compartilhou como os habitantes das aldeias fugiram durante um ataque muçulmano, e o filho do chefe dos Konyanke ficou preso em uma floresta por sete anos, o que os levou a viver na aldeia onde estão agora.
Então, os missionários decidiram ir até uma vila mais adiante e finalmente encontraram os Konyanke. Eles pregaram o Evangelho e reuniram as informações de que precisavam.
Rees e o grupo Konyanke. (Foto: Reprodução/IMB)
O povo Tura
O povo Tura era o próximo na lista de Morgan, depois que ele conheceu um missionário Tura em uma das aldeias.
O IMB não tinha conhecimento de nenhum cristão entre os Tura, mas Morgan descobriu que cerca de 20% da população é cristã, e as igrejas estão enviando seus próprios missionários.
O missionário que eles conheceram os levou para a aldeia Kla, onde passaram uma semana e compartilharam a Palavra de Deus. Doze pessoas aceitaram Jesus e uma igreja está sendo plantada.
Morgan enfatizou que Deus já estava trabalhando entre os Tura. O amor do Senhor por este grupo antecedeu a visita de Morgan: “Deus já sabia o que estava lá”, disse ele, destacando que ora para que os cristãos de Kla e Tura levem o Evangelho aos Konyanke.
Os Kla e Tura são animistas, e compartilhar o Evangelho com muçulmanos requer estratégias diferentes. Isso lhes deu oportunidades de treinar cristãos locais sobre a melhor forma de alcançar os muçulmanos.
Rees viaja para áreas remotas para pregar Jesus. (Foto: Reprodução/IMB)
Estratégias de evangelização
Enquanto pesquisam mais grupos de pessoas, os missionários escrevem perfis culturais. O de Morgan geralmente chegava a 20 páginas que detalhavam quem é o grupo, no que eles acreditam e os contatos que ele fez.
Para cada grupo, Morgan enviou um documento explicando quais seriam os próximos passos para contatar pessoas certas.
Este documento ajudou os missionários locais e do IMB a desenvolver estratégias para evangelismo contínuo. Morgan também criou folhetos de oração para que as igrejas pudessem usar para trazer os não alcançados ao Senhor.
Morgan afirmou que grande parte de seu papel na missão era fazer networking e mobilizar os cristãos locais: “A população local que está a algumas cidades de distância será muito mais fiel em administrar esse relacionamento do que o IMB”.
“Precisamos reconhecer o quão bom é poder contar com algumas igrejas locais que não ficam muito longe desses lugares”, acrescentou.
Atualmente, Morgan atua como mobilizador do Projeto 3000. Ele está participando de conferências, visitando igrejas e universidades para recrutar, mobilizar e compartilhar sobre essa oportunidade por meio do IMB.
Além disso, ele também ensina etnografia — metodologia de pesquisa que visa descrever e entender a cultura e o comportamento de grupos sociais — para novos missionários que estão se preparando para servir através de pesquisas.
*Alguns nomes foram alterados por segurança.