No último domingo (15), cerca de 34 pessoas morreram e milhares foram afetadas durante a passagem do ciclone Chido em Moçambique, país do leste da África.
A informação foi confirmada pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
“Até 17 de dezembro de 2024, estima-se que um total de 174.158 pessoas tenham sido afetadas, com 34 mortos e 319 feridos”, disse o OCHA em um comunicado, onde citou o instituto de desastres naturais de Moçambique.
A porta-voz da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Eujin Byun, informou que 190 mil pessoas precisam de assistência urgente na sequência da destruição de 10 mil casas nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, no norte do país.
Durante o desastre ambiental, as bases missionárias e a universidade da organização Iris Global, localizada na área de Pemba, também foram atingidas durante a passagem do ciclone.
No Instagram, a fundadora da missão, Heidi Baker, informou: “Ainda é muito cedo. Mas estamos recebendo relatórios de nossa equipe no local sobre muitos danos. Sei que sofremos danos no campus universitário em nossa base. Além disso, muitos de nossos funcionários, muitas das casas de nossa equipe, foram danificadas, se não destruídas”.
No vídeo, Heidi mostrou como ficou o local após a tempestade e a missão afirmou: “Você sabe que este não é um campo missionário para nós. Este é o nosso lar. Foi aqui que tudo começou. Muitos de nossa equipe moram lá. Meus dois filhos nasceram lá. Isto não é apenas um lugar sem nome, sem rosto. Estas são as nossas pessoas e as áreas ao redor são as nossas igrejas”.
Heidi disse que, ao longo desta semana, irá receber mais informações sobre o local e irá atualizar o público através das redes sociais do Iris Global: “Estaremos atualizando continuamente sobre como você pode orar e ajudar”.
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‘Os pobres estão sofrendo’
Em outro vídeo, o CEO do Iris Global, Will Hart, informou: “Houve um desastre terrível. Como vocês sabem, o ciclone nos atingiu em cheio. Muitos prédios foram destruídos em nossa universidade, os telhados de nossa casa foram arrancados, cerca de metade do telhado desapareceu”.
E continuou: “Os pobres estão realmente sofrendo. Há tanta dor e tanto sofrimento agora. Mas fixamos nossos olhos em Jesus e sabemos que ele é o autor e o consumador, e que Ele nos levará através de cada tempestade”.
O líder agradeceu pelas orações e declarou: “Juntos, podemos ajudar a restaurar a esperança e mostrar o poder de cura do amor de Deus em meio às dificuldades. Acreditamos que o próprio Senhor tocará os corações, e nós daremos as mãos, nos reuniremos e reconstruiremos. Jesus é o Rei”.
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O ciclone Chido
Conforme o serviço meteorológico francês Meteo France, o ciclone do último fim de semana foi a tempestade mais forte a atingir Mayotte em mais de 90 anos.
A tempestade causou grandes destruições em várias áreas do arquipélago no leste da África, com ventos superiores a 200 km/h.
Ela derrubou casas nas encostas e provocou a interrupção dos serviços de telefonia, eletricidade e abastecimento de água potável em Mayotte.
O território conhecido por ser uma localidade carente abriga pouco mais de 300.000 pessoas. Há décadas, a região enfrenta problemas relacionados à violência de gangues e distúrbios sociais. Além disso, essas tensões foram intensificadas por uma crise de escassez de água no início deste ano.
A UNICEF, agência da ONU voltada para o bem-estar infantil, afirmou que está presente em Moçambique para oferecer assistência durante a tempestade:
"Muitas casas, escolas e unidades de saúde foram parcial ou completamente destruídas e estamos trabalhando em estreita colaboração com o governo para garantir a continuidade dos serviços básicos essenciais", afirmou em um comunicado.
Após o ocorrido, o novo primeiro-ministro francês, François Bayrou, disse: "Todos entendem que este foi um ciclone inesperadamente violento".
Já o prefeito do território ultramarino, Francois-Xavier Bieuville, compartilhou no Facebook: "Nossa ilha está no momento profundamente afetada pelo ciclone mais violento e destrutivo que vimos desde 1934. Muitos de nós perdemos tudo".
O ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, disse que 110 equipes de resgate e bombeiros foram enviados para a ilha e cerca de 1.600 militares especiais também estavam presentes para manter a ordem.