Como cristãos são punidos em países onde há perseguição?

Cristãos enfrentam prisões, sequestros, ataques e discriminação em países onde a fé é vista como ameaça.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 31 de janeiro de 2025 às 18:14
(Foto ilustrativa: Portas Abertas Brasil)
(Foto ilustrativa: Portas Abertas Brasil)

A perseguição contra cristãos continua intensa ao redor do mundo. Em países onde o cristianismo é considerado uma ameaça ao regime ou uma afronta à religião oficial, seguir a fé em Jesus pode custar a liberdade, os bens e até a vida. 

Prisões arbitrárias, desaparecimentos, destruição de propriedades e ataques a comunidades inteiras são apenas algumas das formas de repressão que cristãos enfrentam diariamente.

O levantamento mais recente da Lista Mundial da Perseguição (LMP), que analisa dados entre outubro de 2023 e setembro de 2024, revela um cenário alarmante de violência e opressão. Em muitos casos, os dados são subestimados devido à dificuldade de acesso a informações e à necessidade de proteger vítimas e fontes em países extremamente fechados ao evangelho.

Prisão e campos de trabalho forçado

Em diversos países, ser cristão significa correr o risco de ser preso sem julgamento ou enviado a campos de trabalho forçado. 

Na Índia, onde a conversão ao cristianismo é frequentemente tratada como crime, pastores são acusados falsamente de pagar para que pessoas abandonem outras religiões. 

Já na Coreia do Norte, seguir a Jesus pode resultar em décadas de trabalho escravo em campos de reeducação, enquanto na Eritreia, qualquer reunião cristã fora das igrejas controladas pelo governo pode levar a sentenças de prisão indefinidas

Em 2024, 3.604 cristãos foram detidos sem julgamento e 1.140 cristãos foram sentenciados à prisão, campos de trabalho ou hospitais psiquiátricos.

Desaparecimentos e sequestros

Outra estratégia de repressão usada por governos e grupos extremistas é o desaparecimento forçado de cristãos, especialmente líderes religiosos. Sem explicação, pastores e missionários somem, deixando comunidades inteiras sem liderança e apoio. 

Na Colômbia e no Congo, sequestros são frequentemente usados para extorsão, violência sexual ou simplesmente para espalhar medo entre os cristãos.

Em 2024, houve 3.775 casos de sequestros e desaparecimentos de cristãos.

Ataques a igrejas e propriedades cristãs

Hospitais, escolas e orfanatos administrados por igrejas são constantemente atacados em países onde há perseguição severa. 

Extremistas religiosos e até autoridades promovem incêndios, bombardeios e saques, com o objetivo de enfraquecer a presença cristã na sociedade.

Em 2024, 7.679 propriedades ligadas a cristãos foram atacadas.

Destruição de meios de sustento

Cristãos perseguidos também sofrem economicamente. Pequenos negócios, plantações e comércios de cristãos são destruídos para forçá-los a abandonar sua fé. 

A pressão econômica é uma ferramenta cruel usada para enfraquecer comunidades e fazê-las depender de regimes opressores.

Em 2024, 8.284 negócios de cristãos foram alvos de ataques.

Discriminação e difamação

Além da violência física, cristãos são constantemente alvo de humilhações públicas, difamação e discriminação. Em escolas e universidades, jovens cristãos enfrentam xingamentos e assédio por sua fé. 

Na mídia e nas redes sociais, falsas acusações são usadas para descredibilizar cristãos e espalhar ódio contra eles.

Em 2024, foram registrados 54.780 casos de discriminação contra cristãos.

Países no radar da violência

Nigéria: o país mais perigoso para cristãos

A Nigéria lidera o ranking de nação mais violenta para cristãos. Grupos jihadistas como Boko Haram, ISWAP e extremistas de etnia fulani promovem massacres contra comunidades cristãs, matando líderes religiosos, incendiando igrejas e usando violência sexual para destruir famílias. Milhares de cristãos são forçados a fugir, deixando tudo para trás.

Em 2024, 3.100 cristãos foram mortos na Nigéria.

Ruanda: o país que fechou 4 mil igrejas

Ruanda tem sido um dos países mais rigorosos contra igrejas cristãs. Sob o pretexto de prevenir novos conflitos internos, o governo impôs regras burocráticas rígidas, resultando no fechamento de mais de 4 mil igrejas. 

Outras nações que seguem esse modelo são China, Índia, Nicarágua, México e Sudão. Líderes religiosos enfrentam inspeções severas e exigências educacionais para continuar exercendo seu ministério.

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