A crueldade e a impulnidade com que crianças são mortas ou mutiladas na República Centro-Africana tem horrorizado representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Nos últimos dois meses, pelo menos 133 menores foram vítimas desses crimes.
Desde que a coligação Séléka, de maioria muçulmana, derrubou o governo do país, majoritariamente cristão, uma crise se instalou e desencadeou a violência.
“As crianças são cada vez mais visadas devido à sua religião ou comunidade”, disse o diretor regional do Unicef para a África Central e Ocidental, Manuel Fontaine.
Em comunicado divulgado na página do Unicef na internet, Fontaine explica que a violência na República Centro-Africana tem se intensificado na capital, Bangui, e no Oeste do país. De acordo com ele, os confrontos entre milícias Antibalaka, de maioria cristã, e ex-combatentes Séléka, nas últimas semanas, têm revelado "níveis sem precedentes de violência contra crianças”.
Casos de crianças decapitadas intencionalmente foram registrados. Além disso, a organização sabe de casos de crianças feridas em tiroteios que tiveram de ser amputadas.
O Unicef apela ao governo da RCA, à comunidade internacional e a líderes religiosos e civis do país que ajudem a acabar com a violência. Para o fundo da ONU, os graves crimes contra crianças têm de ser investigados e os responsáveis, punidos. “Não há futuro para um país onde os adultos podem atacar violentamente crianças inocentes com impunidade”, disse Fontaine.
- com informações da Agência Lusa / Portas Abertas