A maior igreja evangélica em Omdurman, no Sudão, foi alvo de bombardeios pelas Forças Armadas Sudanesas (SAF). O ataque, que destruiu o templo, aconteceu na quarta-feira (1º), segundo informa o Morning Star News.
A igreja, usada pelas denominações episcopal e evangélica, remonta ao início de 1900 e era a segunda mais antiga igreja em Omdurman, depois da Igreja Copta.
Muitos dos edifícios associados à Igreja Evangélica na região foram confiscados durante o governo de Omar al-Bashir, cujo mandato terminou em 2019.
O recente bombardeio, que ocorreu cerca de três semanas após ataques semelhantes direcionados à Escola Comercial Evangélica e à Escola Secundária Evangélica, amplia a série de incidentes.
Ataques direcionados a igrejas
No dia 3 de novembro, um prédio pertencente à ordem missionária católica comboniana em Cartum El-Shajara foi alvo de um ataque aéreo. O bombardeio contra o Mariam deixou cinco freiras e várias crianças feridas.
Segundo fontes da CSW, os ataques direcionados às igrejas são considerados propositais, e há receio de que ocorram outros à medida que as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido (RSF) negociam um cessar-fogo em Jeddah, na Arábia Saudita.
De acordo com essas fontes, "a terra é valiosa e será mais fácil aproveitá-la se os edifícios forem destruídos pela guerra".
Desde 15 de abril de 2023, a RSF e a SAF entraram em conflito quando a violência irrompeu após a fusão das duas forças, conforme estipulado por um acordo-quadro internacional para a transição democrática.
Durante esse período, centenas de civis perderam a vida, enquanto inúmeros relatos abundantes descrevem incidentes de violência sexual, saques, ocupações de casas e prédios públicos, execuções sumárias, descobertas de valas comuns e aldeias queimadas.
Organização cristã condena os ataques
O presidente fundador da CSW, Mervyn Thomas, expressou firmemente a condenação da organização sobre os ataques às igrejas em Omdurman e Cartum El-Shajara.
“A CSW condena nos termos mais fortes os ataques às igrejas e às suas propriedades em Omdurman e Cartum El-Shajara. Desejamos aos feridos uma recuperação rápida e completa e reiteramos que o ataque intencional a locais de culto não só viola o direito humanitário internacional, mas também constitui um crime de guerra”, disse.
“Continuamos apelando por um cessar-fogo total e abrangente e a exortar a comunidade internacional a responsabilizar ambas as partes em conflito pelas violações e abusos que cometeram contra os cidadãos sudaneses, tanto durante este conflito como antes dele”, finalizou.