Pelo menos 1.103 detentos saíram de organizações criminosas em 2019, como resultado do trabalho missionário dentro dos presídios do Acre. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (31) pelo presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
“Com o reforço da presença dos líderes e entidades religiosas nos presídios; e com a ampliação de vagas exclusivas nos prédios destinados aos presos que passaram a professar a fé cristã, cerca de 1.103 presos saíram de organizações criminosas para trilhar o caminho do Evangelho”, disse Lucas Gomes em sua página no Facebook.
De acordo com o presidente do Iapen, o “Evangelho de Jesus se tornou um caminho viável” dentro dos presídios do Acre, além de ser “uma alternativa de saída não violenta das organizações criminosas”.
O trabalho missionário é resultado de uma parceria entre o Iapen e diversas igrejas do Acre, que promovem o ensino bíblico, aconselhamento e batismos dentro do sistema penitenciário.
Em apenas dois dias em novembro, entre os dias 6 e 7, mais de 400 presidiários declararam, por meio de vídeo, que não fazem mais parte de nenhuma organização criminosa e que decidiram caminhar conforme os princípios do Evangelho.
Segundo a agência de notícias do governo do Acre, “a necessidade de gravar os vídeos se dá por conta das regras estabelecidas pelas próprias organizações criminosas, tendo em vista que esta é a única forma de sair vivo de tais grupos”.
Célio Lima, um dos voluntários da da Equipe 91 — que conduziu a gravação dos vídeos — explicou que as igrejas dão o suporte necessário nesse momento.
“Nós fomos convidados. Até foi uma surpresa para nós participar desse momento tão especial. Sabemos que muitos que estão no sistema penitenciário já aceitaram Jesus aqui dentro e que essa é uma forma que eles têm de sair das facções, então nós viemos com maior prazer”, disse Lima.
Ele também destacou a importância da cooperação entre as igrejas e o sistema penitenciário. “Através de Deus, essas pessoas podem ter uma libertação, uma nova vida e Ele pode libertar essa pessoa do mundo onde está vivendo, do mundo do crime e nós fazemos isso com muito amor”, afirmou.
O presidente do Iapen, Lucas Gomes, reconhece o trabalho dos “irmãos que cumprem esse sacerdócio dentro dos presídios”. “Louvamos a Deus por aqueles que escolheram o caminho da vida ao caminho da morte; abrindo ainda mais as portas dos presídios para aqueles que nos trarão as boas novas em 2020”.