Mais de 8,5 milhões de turistas passaram pela República Dominicana (RD), o que aumentou o turismo no Caribe, em 2022. Porém, essa influência contribuiu para que migrantes haitianos se tornassem mais vulneráveis ao tráfico sexual no país.
Segundo a CBN News, todos os anos, oito milhões de turistas visitam as praias de areia branca da RD. O dinheiro dos gringos e a pobreza tornaram a região um ponto de acesso global para a exploração sexual, onde mais de 20% das meninas engravidam aos 18 anos.
O Ministério Parakaleo, que trabalha com plantação de igrejas, assistência médica e educação cristã, está construindo uma casa para mães solteiras fora de Santo Domingo, capital da RD, chamada “La Casa El Roi”.
"Há tantas famílias que colocam suas filhas na prostituição apenas para ganhar um pouco de dinheiro, porque é muito difícil. E então as meninas acabam engravidando e você tem mães que às vezes têm apenas 12, 13, 14 anos e depois têm uma boca extra para alimentar, então são expulsas", disse Keith Falde, do Ministério Parakaleo.
A missão Parakaleo
Parakaleo é uma palavra grega que significa 'chamado para o lado' e é traduzida para inglês como 'encorajar'.
De acordo com o site da missão: “Parakaleo International vem ao lado de irmãos e irmãs em Cristo para ajudá-los e incentivá-los com o objetivo final de alcançar o mundo com a gloriosa notícia de que Jesus Cristo salva".
A missão realiza um importante trabalho com as mulheres. (Foto: Reprodução/Facebook/Parakaleo International)
Keith informou que o objetivo do trabalho missionário é "resgatá-los e também treiná-los para que tenham algumas habilidades e possam conseguir algum trabalho e assim por diante".
O pastor Simon está supervisionando a missão e lidera a pequena igreja que eles começaram no terraço do prédio.
"A prostituição é um grande problema na República Dominicana. Pessoas com 12 anos de idade começam cedo, por isso fazemos este programa para ajudá-los nessa situação", contou o pastor.
O pastor Simon é fluente em haitiano, espanhol e inglês, isso facilita a ajuda aos moradores desta comunidade a melhorar suas vidas sem recorrer à venda de seus corpos.
"La Casa El Roi é um novo programa para os jovens, especialmente para as mulheres, onde terão educação familiar e educação social", disse ele.
No entanto, enquanto os turistas estiverem dispostos a investir dinheiro no tráfico sexual, continuará sendo uma batalha difícil.
Situação dos haitianos na RD
De acordo com a CBN News, os haitianos representam 25% da população e estima-se que dois milhões não possuem documentos na República Democrática do Congo.
Depois que a barreira entre o Haiti e a República Dominicana foi colocada a partir de 2019, o governo está prendendo e deportando os haitianos que estão sem os documentos necessários.
Muitos haitianos que nasceram no país não podem obter a cidadania na República Democrática do Congo e também não têm cidadania no Haiti.
Portanto, eles não possuem documentos para nenhum dos países e isso os deixa em uma espécie de “área legal cinzenta”, onde a dificuldade para ganhar a vida é cada vez maior.
Em 2022, um recorde de 162.000 haitianos foram enviados de volta ao seu país e os que vivem na RD trabalham em fazendas de cana-de-açúcar, uma das maiores indústrias da região, porém são mal remunerados.
"Não temos a quem recorrer quando as pessoas se aproveitam de nós, ou mesmo se alguém nos rouba. Encontrar um emprego é muito difícil. Temos que cuidar de nós mesmos", disse o migrante Malteno Sanvida.