O casal de missionários, Naliane e Bruno Hamamoto, lembrou que ofertar para missão também é um ato de misericórdia e uma forma de pregar o amor de Deus a um mundo perdido.
Durante participação no podcast Ikigai, o casal contou como foram tocados por Deus para repartir seus próprios recursos com os necessitados e arrecadar ofertas para uma missão na África e no país em que vivem, o Japão.
“Houve um despertar da parte de Deus em nós”, contou Bruno.
Naliane afirmou que Deus começou a chamá-la para amar o próximo dentro de sua própria família. Ela teve uma mudança de mentalidade e passou de uma cristã nominal para uma genuína seguidora de Cristo.
“Nós tínhamos fome e sede de Deus. Esse processo de transformação que vivemos veio para nos tornar filhos de Deus, discípulos”, disse ela.
Começa em casa
A missionária compreendeu que os atos de compaixão e misericórdia deviam começar na família.
“Não tem como expressar esse amor lá fora, se ele não é vivido em nossos lares. Esse é o Evangelho genuíno. Porque é fácil sermos cristãos dentro da igreja, ter uma aparência de misericórdia. É fácil você conseguir colocar uma capa de bondade quando na verdade seu coração é um sepulcro caiado. É hipocrisia. Temos que viver isso no ambiente familiar, onde te conhecem”, refletiu.
Financiando a missão na África
Há sete anos, guiados pelo Senhor, o casal criou o “Projeto Repartir” para levantar recursos para abençoar nações com doações financeiras.
O projeto iniciou focado em enviar recursos para a África através da Missão Mãos Estendidas (MME), após o casal conhecer o líder da organização, o pastor Elias Caetano.
“Sempre tive o desejo de mandar ofertas para a África”, comentou Naliane. E ressaltou: “A oração é importante, mas a missão precisa de recursos para dar de comer para o pobre, para o órfão. O cristianismo é prático. A obra e a fé tem que andar juntas. Precisamos repartir o amor, a misericórdia”.
Ajudando japoneses
Mais tarde, o Repartir foi ampliado para atender também a nação japonesa. “Deus começa a me falar: o Japão também é um alvo”, lembrou a missionária.
No início, o casal não entendeu o direcionamento do Senhor, afinal o Japão é um país rico. Mas depois, eles compreenderam que a nação era pobre espiritualmente e emocionalmente.
“Eu comecei a ver os depressivos, as pessoas enfermas que não tem condições de trabalhar e que precisavam de cesta básica”, contou Naliane.
“Precisei olhar para as necessidades do Japão, que são famílias, são lares, são pessoas que precisavam ser amadas”, observou.
Então, o casal começou a colocar o “Projeto Repartir” em ação no Japão, com o apoio da igreja em que congregaram, a Igreja da Família. Os membros têm ofertado para comprar as cestas básicas que são doadas a japoneses necessitados.
Segundo os missionários, muitas vidas foram tocadas através das doações do projeto e da pregação do Evangelho.
Ações de misericórdia
Ela ainda explicou que muitas pessoas no Japão são solitárias e não contam com rede de apoio. Quando alguém enfrenta dificuldades financeiras para pagar contas da casa ou contas médicas, o projeto realiza uma arrecadação e doa um valor em dinheiro.
“É responsabilidade nossa como cristãos testemunhar o Pai na Terra. É um desafio hoje em um mundo onde o amor tem se esfriado. A ação de misericórdia é uma chamada para a Igreja”, alertou Naliane.
E incentivou: “Nós precisamos voltar a queimar de amor por Deus, porque queimando por Ele é natural agirmos com misericórdia, nós alcançaremos corações sedentos”.
Hoje, Bruno e Naliane são representantes da Missão Mãos Estendidas no Japão e apoiam o projeto UMODZI, que oferece educação e leva o Evangelho a crianças no Malawi e Moçambique.
Bruno ainda destacou que os cristãos não devem viver só para si mesmos, mas devem repartir seus recursos financeiros com os necessitados e cuidar de pessoas.
“Se nós entregarmos tudo, sem reter algo pensando somente em nós, Deus vai multiplicar e alimentar uma geração, uma nação, cidades, pessoas, igrejas através dos seus filhos que estão dispostos a entregar tudo o que têm”, concluiu Bruno.