Nicarágua classifica estudantes e religiosos como “terroristas”

Cristãos são cancelados pelo governo ditador por participarem de protestos contra a proposta de reforma previdenciária no país.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 31 de agosto de 2023 às 13:25
Universidade cristã enfrenta perseguição na Nicarágua. (Foto representativa: Portas Abertas)
Universidade cristã enfrenta perseguição na Nicarágua. (Foto representativa: Portas Abertas)

Desde 2018, a Universidade Centro-Americana (UCA) e um grupo de cristãos passaram a ser perseguidos pelo governo da Nicarágua por participarem dos protestos contra a “proposta de reforma previdenciária no país”.

Conforme a Portas Abertas, mesmo após a revogação da proposta, os estudantes continuaram as manifestações pedindo o fim do mandato de 14 anos de Ortega. Em resposta, o presidente declarou ilegal qualquer tipo de protesto no país.

No dia 9 de agosto deste ano, a UCA teve suas contas congeladas sem aviso prévio e precisou alertar funcionários e alunos que não poderia fazer pagamentos. Uma semana depois, a principal universidade particular do país foi “acusada de terrorismo” e teve todos os bens e contas bancárias confiscados em um processo aberto por Ortega.

‘Acusação infundada de terrorismo’

De acordo com o sistema de justiça da Nicarágua, a UCA funcionou durante os protestos de 2018 como “um centro de terrorismo, aproveitando as condições criadas com mentiras para aumentar os níveis de violência e destruição, organizando grupos criminosos armados e encapuzados que utilizaram métodos terroristas”.

Em 19 de agosto, o reitor da UCA e outros cinco cristãos foram expulsos de suas casas por mais de 20 policiais da Nicarágua. Os moradores foram instruídos a pegarem seus pertences e saírem dos imóveis da universidade.

Segundo a polícia, os cristãos foram despejados porque as casas são propriedades do Estado. Todos os seus bens foram tomados pelo governo.

A justificativa foi que a entidade não apresentou demonstrações financeiras dos anos de 2020 a 2022, o que dificultou o monitoramento da entidade. Os religiosos também não renovaram o conselho de administração, expirado desde março de 2020.

As vítimas se defenderam dizendo que os atos do governo aconteceram fora dos procedimentos legais e que não tiveram direito a resposta.

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